Costa Vicentina+Extras? A Costa Vicentina não tem que enganar, foi percorrer a Costa Vicentina entre São Torpes e Sagres. Os Extras 🙂 , tal como um bom filme com edição especial dedicada a imagens extra, a minha versão da Costa Vicentina também tem direito a extras. Para chegar a São Torpes, tinha de sair de Abrantes em bicicleta e fazer cerca 300km, poderiam ser menos, mas não gosto do mais perto 🙂 . Por isso, sai de Abrantes em direção a Évora e depois segui para o Cercal, até finalmente chegar à Costa Vicentina. Como se não bastasse, ao chegar ao final da Costa Vicentina, a Sagres, resolvi fazer em bicicleta (mais ou menos! 😉 ) toda a Costa Algarvia, até Vila Real de Santo António onde iria encontrar a minha família. Segue o meu relato da viagem.
Abrantes-Évora
Apesar da distância a percorrer ser grande (135km, não são 35km) e do calor (estamos em Julho e apanhei 43 graus!!), pensava que esta iria ser uma viagem bem tranquila. Conhecia bem o caminho, sem grandes inclinações. E estava a ser tranquila, até chegar a Mora!!
Já tinha feito quase 80km, parei em Mora para comer um gelado e comprar água (uma constante, parei em 6 ou 7 cafés). Tudo ok, sentei-me na esplanada a comer o gelado, acabei o gelado, sentei na bicicleta e dei duas pedaladas, vi logo que alguma coisa não estava bem. O pneu de trás estava a perder ar, não estava em baixo, mas pouco faltava. Parei, não tinha nenhum furo, desconfiei logo que o problema seria na válvula do pipo. E era mesmo, assim que lhe toco, fiquei logo com ela na mão e consequentemente o pneu sem uma “gota” de ar.
Pensei logo, “Carlitos, estás desgraçado da tua vida!”, pneu “morto”, como uso tubeless e este pneu já estava com muito uso, o pneu estava colado à roda. Com as ferramentas que tinha, nem valia a pena mexer. Fiquei a pensar num plano para resolver isto (confesso que estava com medo que este contratempo me atrapalhasse em força a minha viagem), mas ainda antes de elaborar algum plano, aparecem-me dois homens, saídos do café onde tinha estado. Sem hesitar perguntei “por acaso não vão para Évora? “, ao que me responderam com um “não, vamos no sentido oposto”, lá ficamos a olhar para a bicicleta e eu perguntar se existia alguma oficina em Mora (ainda por cima era hora de almoço), as opções não estavam famosas. Até que um dos homens, (o amigo) Fernando, me diz “eu desenrasco-te!!”. Acho que ganhei nova cor. O Fernando vai levar não sei onde o comparsa dele, passados 15 minutos estava ao pé de mim outra vez, bicicleta dentro da carrinha, vamos para o Couço, a caminho de uma oficina de um amigo dele, que me iria resolver o problema com facilidade. Pequeno pormenor, o Couço fica a 15km de Mora. Chegamos ao Couço, a oficina Moto ideal resolve-me o problema quase na hora (impecáveis!! um obrigado gigante). Bicicleta arranjada, pensei, “mais 15km a juntar aos 135km” (minhas ricas pernas 🙁 ), mas o amigo Fernando não satisfeito com o primeiro acto de bondade, faz um segundo. Bicicleta na carrinha outra vez, lá vamos nós para Mora. Deixou-me onde me tinha encontrado. Fico muito feliz e esperançado no futuro, ainda existem pessoas boas. Ao amigo Fernando, eterna gratidão, livrou-me de boa. Certamente nunca irei esquecer o que fez por mim, sem me conhecer de lado nenhum.
Bicicleta arranjada, seguir caminho até Évora. Ainda sofri um bom bocado, principalmente pelo calor. Mas lá cheguei.
Em Évora, vou fiquei a dormir e jantar no Vitória Stone Hotel . Que me recebeu super bem, gente simpática, o Hotel é bem recente e com super boa pinta, com piscina no piso superior com uma vista lindíssima para a cidade de Évora e ainda me mimaram com um prato de fruta no quarto (parecia que estava a ver ouro!! 🙂 )
– A partida
– Barragem de Montargil
– O problema em Mora
– A solução para o problema em Couço
– Com amigo Fernando, o salvador do dia
– Taberna, em Graça do Divor
– No Vitória Stone Hotel sabem com bem receber alguém que chega farto de pedalar
– Secretos e Plumas de Porco Preto com migas, no Vitória Stone
– Relaxing no topo do Vitória Stone
Évora-Cercal
O dia começou quando as pernas deram autorização ao resto do corpo para começar. Eram 7h30 e só pensava ” mas como é tu vais fazer 135km hoje?”.
Mas como não sou de me lamentar durante muito tempo, lá me levantei, tomei um belo pequeno almoço no Vitoria Stone Hotel, arrumei a trouxa e lá peguei na bicicleta para ir embora.
No dia de ontem, tanto me queixei do calor, que hoje fiz o primeiros 25km a chover. Até soube bem, só estava com um bocado de medo de ficar com a tralha toda molhada, mas a chuva era fraca e correu tudo bem.
Custou um pouco a arrancar (o meu corpinho!), mas lá fiz os primeiros 65km com alguma facilidade. Passei por Viana do Alentejo, Alvito e parei em Odivelas. O único problema foi o isolamento quase total. Mas as paisagens compensaram (a falta de calor humano deixa-me um pouco inquieto).
Entretanto, o sol e o calor lá acordaram e não deram tréguas até final do dia, sempre a bater nos 40 graus. O calor aliado ao cansaço acumulado, mais a mochila que me deixava sem posição na bicicleta, foram um espécie de cocktail Molotov, que me fez sofrer quase até ao fim. Cada café, tasca ou afins, era uma espécie de miragem no deserto e assim que dava de caras com um, era parar sem hesitar, pois poderia demorar até encontrar o próximo ou mesmo a possibilidade de não encontrar mais nenhum.
Ferreira do Alentejo, o olival do azeite Oliveira da Serra (belas sombra), Canhestros, Mimosa e Alvalade, foram as paragens até chegar ao Verdemar, perto do Cercal, local onde jantei (maravilhosamente) e onde fiquei a dormir.
Fui super super bem recebido e foi atingido o objectivo número 1 (difícil de alcançar), senti-me em casa.
Os proprietários, Nuno, Christine e Tomás, foram impecáveis, jantei com eles, em família e mais que comer (e a comida estava muito boa) foi um partilhar de histórias à mesa. São estes momentos, que fazem grandes viagens, aqui ou na China.
– Estradas alentejanas
– Ferreira do Alentejo
– Paisagem alentejana
– Alentejo lifestyle
Costa Vicentina, Julho 2015
Eu e a minha bicicleta. 3 dias na Costa Vicentina. Cerca de 150km a pedalar entre o Cercal e Sagres. Objetivo: viver este território com um percurso traçado, mas com abertura para o inesperado.
Dia 1
Na verdade o dia 1 começou no dia anterior, no B&B Verdemar, perto do Cercal, onde dormi e jantei (em família) no dia anterior a começar a pedalar pela Costa Vicentina. Fui genuinamente bem recebido pelo Nuno e pela Christine, um casal encantador, ela holandesa, ele português, que conseguiram facilmente me fazer sentir em casa e é tão bom quando isso acontece. Recomendo também os petiscos do Nuno.
Voltando ao dia 1, foi pedalar do Cercal até São Torpes, local mais a norte do Parque Natural da Costa Vicentina e Sudoeste Alentejano. Foram cerca de 35km, distribuídos uniformemente, metade a subir (nunca mais acabava) e outra metade a descer (maravilha). Como ainda faltava um pouco para hora de almoço, passei São Torpes e parei na Praia da Vierinha, onde caso não fosse o tempo limitado, ainda dava para voltar ao surf, assim apenas deu para dois dedos de conversa com o André da Costazul (escola de surf) e trocar por uns segundos a bicicleta pela prancha, só para a foto. Com a promessa de voltar com mais tempo.
Lá voltei para trás, novamente em direção a São Torpes, para almoçar no restaurante Trinca Espinhas. Impecável. Vista fabulosa para o Mar, raia alhada para comer e o melhor, a conversa com o proprietário Luis Magalhães sobre viagens, lugares e pessoas (existirá melhor assunto para um almoço!? Claro que não!) 😉 .
Findo o almoço, foi tempo de seguir em direção a Porto Covo. E que estrada fabulosa liga São Torpes a Porto Covo. Quase sempre com vista para o Mar, são cerca de 10km, em que as pernas desligam as dores, nem se dá pelo tempo passar. As praias aqui são postais e quase parece que foram detalhadamente desenhadas.
Porto Covo é uns dos locais mais cosmopolitas (se é que se pode chamar isso a uma uma aldeia num território que não é feito para turismo de massas) da Costa Vicentina e que atrai muita gente quando o calor chega. Espero que não ceda à tentação das massas e não perca a sua identidade e se mantenha o velho Porto Covo, aldeia piscatória da Costa Vicentina.
Continuo a pedalada, até V.N. Milfontes, com a ilha do Pessegueiro pelo meio. Iria terminar o primeiro dia em Milfontes, com dormida na Casa do Adro, bem no centro da Vila. Onde fui maravilhosamente recebido pela D. Idália e sua família. Posso parecer repetitivo, mas voltei a sentir-me em casa. Apesar de a Casa do Adro ser o seu negócio, nada parece artificial, tudo parece real. Posso dizer que ficar na Casa do Adro é muito mais do que simplesmente dormir num alojamento dedicado ao turismo. É uma experiência digna de ser vivida. Não tem SPA, mas é um alojamento 5 estrelas.
Na hora de jantar, o escolhido foi o Ritual, bem perto da Casa do Adro. Muito bom. Super bem decorado. Simpáticos. Cozinha internacional, com um menu a ser uma autêntica volta ao Mundo, com o mais importante a ser conseguido, a comida ser boa (as vezes deixa-se esse pequeno grande pormenor de lado ). Tártaro de Salmão e Caril de Gambas, recomendados.
– A minha casinha no Verdemar
– Nuno, proprietário do Verdemar, a preparar o jantar.
– Surfista de água doce 😉
– Raia Alhada, no Trinca Espinhas, São Torpes.
– A belíssima estrada que liga São Torpes a Porto Covo.
– Praia junto a Porto Covo.
– Tártaro de Salmão, no Ritual em Milfontes.
– Casa do Adro, em Milfontes.
– Eu com a D.Idália, proprietária da Casa do Adro (um amor de pessoa).
Dia 2
Começo o dia com o pequeno almoço gigante, na Casa do Adro. A despedida é sempre difícil, mas era tempo de seguir caminho. Passagem rápida nas praias a sul de Milfontes, Furnas e Almograve. O ponto alto da manhã estava marcado para a visita ao Cabo Sardão. Um farol e campo de futebol (sim, um campo de futebol! 😉 Acredito que seja um dos campos com a vista mais bonita do Mundo!! Fica mesmo em cima da falésia). Uma paisagem imponente digna de filme. Eram 11h e estava um dia lindíssimo, no Cabo Sardão estava eu e mais 3 pessoas. Pergunto: “mas será que ninguém que ninguém sabe que isto existe?”. Por um lado, o meu lado, foi óptimo, tinha o Cabo Sardão quase em exclusivo para mim.
Comecei no Cabo Sardão um trilho da Rota Vicentina (altamente recomendada, principalmente se for feita a pé), até Porto das Barcas, perto de Zambujeira do Mar. Fabuloso. Já fiz imensas viagens de bicicleta e pedalei por muito lado. Mas este trilho é seguramente um dos mais bonitos que já fiz. Sempre no topo da falésia, a descobrir praias desertas, esculpidas entre as rochas e com uma água azul/verde incrível. Quase a terminar o trilho, encontrei a Praia do Tonel, que leva o meu selo de altamente recomendada. Lindíssima.
Terminado trilho, uma descida quase impossível de fazer de bicicleta (quando digo fazer de bicicleta, digo fazer de bicicleta às costas, mas mesmo assim, quase impossível), que vai dar ao Porto das Barcas, um refugio entre as rochas para os pescadores e seus pequenos barcos.
E foi por aí que almocei, no restaurante A Barca Tranquitanas, onde provei pela primeira vez Bruxas, uma iguaria da região, muita parecido com a Lagosta, mas mais pequena. Em termos de sabor, dá 10 a 0 à Lagosta. Parece que estava a comer Mar. Incrível.
Segui novamente pela Rota Vicentina, em direção a Zambujeira do Mar, na qual fiz uma paragem rápida, para a foto da praxe e segui caminho, pelas estradas do campo, até Brejão, sem antes passar também pela bonita praia do Carvalhal.
Foi em Brejão que dormi, nas Sete Quintas. Como não há duas sem três, foi recebido, como se recebe alguém de família. Nas Sete Quintas, para além de quartos e camas, encontrei cerca de 30 cavalos, tratados com reis (sem ser expert em cavalos, consegui perceber que ali são felizes 😉 ). A cara das Sete Quintas é a Sandra. É destes encontros casuais que se fazem grandes viagens, mais do que locais para tirar fotos lindíssimas, são as pessoas que nos enriquecem com a partilha das suas históricas e nos fazem sentir, nem seja por algumas horas, em casa. A Sandra não me recebeu como um simples hóspede, recebeu-me como um primo que já não via há algum tempo (e ainda me emprestou a sua carrinha para ir jantar! 🙂 Verdade! O restaurante mais próximo ficava longe).
Na carrinha da Sandra, fui jantar ao restaurante Azenha do Mar, afamado restaurante da região (tive 1 hora à espera de lugar), especialista em marisco e que cumpre um principio muito bom, é bom e barato!!
– Praia de Almograve.
– Estrada para o farol do Cabo Sardão.
– Campo de futebol no Cabo Sardão.
– Paisagem no Cabo Sardão.
– Rota Vicentina, entre Cabo Sardão e Zambujeira do Mar.
– Praia do Tonel
– Porto da Barcas
– Bruxas, no restaurante A Barca das Tranquitanas.
– Praia de Zambujeira do Mar.
– Sete Quintas, em Brejão.
– Sapateira, no restaurante Azenhas do Mar.
Dia 3
Ligação rápida entre Brejão e Odeceixe, com visita à praia de Odeceixe, onde o rio entra no mar de uma forma muito particular.
Segui para Aljezur. Aqui não dá para seguir pela Rota Vicentina de bicicleta, ou melhor, dá para ir, tinha era de a levar às costas, pois o piso é muito arenoso (imaginem andar de bicicleta na praia!). Aqui já estamos no Algarve e começamos a sentir clima surfista no ar. Existem mais pãos-de-forma do que outro carro qualquer, sempre carregadas de pranchas, à procura das melhores ondas.
De Aljezur segui para a Carrapateira. Simpática aldeia junto ao Mar. E lá almocei, no restaurante L-Colesterol. Um restaurante que me deu um extra (tipo filme, que compramos uma edição especial e vem um extra com mais imagens 😉 ). Nas traseiras do L-Colesterol, existe uma mini-quinta, chamada Rivercane Gardens, que abastece a secção de legumes do restaurante, onde para além da qualidade, se sente no prato o amor com que é produzida. Ainda valeu uma conversa bem engraçada com o agricultor chefe, um globe americano, muito interessante 😉 .Uma vénia ao Diogo, o proprietário, que procura a diferença e a qualidade (polvo e perceves, do melhor que já comi). Recomendado.
Em seguida, ao demorado e óptimo almoço no L-Colesterol, voltei a seguir pelos caminhos da Rota Vicentina, voltei a subir à falésia e a ver praias e paisagens incríveis. Praia da Bordeira, Praia da Carrapateira, Portinho de Pesca do Forno e por fim a muito bonita, Praia do Amado. Trilho recomendado.
Terminado o trilho na Praia do Amado, voltei à Carrapateira e daí segui em direção a Vila do Bispo. De Vila do Bispo fiz a estrada para Sagres e de Sagres segui para o Cabo São Vicente, onde terminei a minha viagem pela Costa Vicentina (o local ideal para terminar em beleza).
Em jeito de conclusão, a Costa Vicentina é lugar com um romantismo muito próprio (e eu sou um romântico 🙂 ), tem paisagens incríveis, praias de sonho, comida de chorar por mais e sobretudo gente muito boa, cheia de vontade de bem receber.
– O Monstro (simpático) da Sete Quintas.
– Praia de Odeceixe.
– Simpático casal francês que me acompanhou durante uns quilómetros.
– Rivercane Gardens, a quinta nas traseiras o L-Colesterol.
– Maravilhosos Perceves, no L-Colesterol.
– O amigo americano, “catapaz” 🙂 do Rivercane Gardens.
– Na Rota Vicentina, com vista para a Praia da Carrapateira.
– Portinho de Pesca do Forno.
– Praia do Amado
Um obrigado gigante à Associação das Casas Brancas e das pessoas que se cruzaram comigo durante a minha viagem pela Costa Vicentina, foram maravilhosos e levo-os no meu coração! 😉
Sagres – Vila Real de Santo António
Parti para esta etapa com o sentimento que a viagem estava feita. Ia tentar mais uma vez, seguir o máximo junto à Costa e ver o que a viagem me iria oferecer.
Não me ofereceu muito. Sai de Sagres bem cedo, em direção a Vila do Bispo. Demorei 1 hora a fazer 8km. Um vento absurdo, parecia que a qualquer momento levantava voo. Não cheguei muito animado a Vila do Bispo, mas lá apontei para Lagos.
Ao chegar a Lagos, senti um choque cultural 🙂 (tipo choque térmico, de alguém que está muito quente e depois entra numa água cheia de gelo). Vinha de um Costa Alentejana, onde dava para desfrutar da paisagem nas calmas e falar com pessoas. Chego a Lagos, ia sendo atropelado duas ou três vezes. Tinha chegado ao turismo de massas. Nada contra. Mas foi um choque muito grande.
Sai de Lagos em direção a Portimão e entrei na estrada N125. Horrível. Razias constantes, malta a apitar simplesmente por eu existir. Não estava a ser grande experiência (neste troço, o melhor é mesmo ir para a serra e deixar o mar, e seguir pelo Barrocal Algarvio). Até que passei por um placa a dizer estação, passei a placa e 100m mais à frente pensei: “porque não?”, parei, vi o telemóvel o nome da estação e se havia comboio. Em meia hora passava lá um comboio, em direção a Faro. Perfeito. De Faro seguia até Vila Real de Santo António, já em plena Ria Formosa. E assim deixava o fumo dos carros para trás. Fazia cerca de 50km de comboio (e eu que adoro andar de comboio) e fazia no mesmo dia toda a Costa Algarvia, sendo que ainda faltava cerca de 50km a pedalar.
Lá chegou o comboio. Nem perguntei nada ninguém (não fosse a coisa correr mal), entrei logo para dentro do comboio com a bicicleta. Pacifico, este até tinha um suporte para prender a bicicleta. Lá segui até Faro.
Faço as minhas viagens e escolho o meu destino com o coração (e com um bocadinho de cabeça também 😉 ). Nunca tinha pensado neste opção. Mas foi a melhor que tomei. Ao chegar a Faro, tinha um sorriso na cara (e é o que mais interessa nisto). Lá segui, sempre tentando ir o máximo junto ao mar.
Os meus pais, estavam de férias em Monte Gordo. O meu Pai, também ciclista, ao saber da alteração de percurso, assim que segui no comboio, ele saiu de bicicleta ao meu encontro. Encontrei-me com ele em Olhão. A partir daí a viagem foi a dois.
Tudo a correr às mil maravilhas. Faro, Olhão, Fuseta, Santa Luzia, até que a chegar a Tavira, senti que a bicicleta (a minha querida bicicleta) estava mais cansada que eu. À saída de Tavira, cedeu ao cansaço 🙂 . O desviador traseiro, em conjunto com a corrente (muito pó e sem lubrificação) claudicou. Aqui pensei mais uma vez: “ainda bem que entrei naquele comboio!”, assim o que poderia ser um problema muito grave, já que bicicleta não andava, foi simples. O meu Pai seguiu sem mim, até Monte Gordo, para ir buscar o carro e fazia os últimos kms de carro. Ainda andei cerca de 5km a pé, com a bicicleta na mão. Para aproveitar o que restava da adrenalina da viagem.
– Lagos
– Estação da Mexilhoeira Grande
– No comboio em direção a Faro
– Nas ruas de Faro
– Fuseta
– Com o meu Pai