Diretamente para os favoritos: Restaurante Porto das Barcas

Restaurante Porto das Barcas, uma das mais agradáveis surpresas deste (meu) Verão. Fica em Vila Nova de Milfontes, colado ao Porto das Barcas (também conhecido como Portinho do Canal, é o porto de pesca de V.N. Milfontes) dessa mítica vila da Costa Alentejana.

Jantei no Porto das Barcas, no passado mês de Julho, durante a minha curta estadia na Costa Alentejana/Vicentina. Cheguei por volta das 21h, mesmo a tempo de assistir a um esplendoroso pôr-do-sol a partir do Porto das Barcas (não do restaurante, mas mesmo do porto de barcos 😉 ). Muito bonito o Sol a cair sobre a água. Estava a começar bem. Tínhamos mesa reservada (o que aconselho) e rapidamente activei o modo “estou a gostar de estar aqui”. Restaurante com uma decoração bastante leve e bem cuidada, com pessoas bem dispostas (o que muitas vezes é difícil em tempo de azafama do Verão português).

Nos últimos anos tenho visitado diversas vezes a esta região. Região pela qual me perdi de amores (não é caso inédito, até diria que é bastante fácil uma pessoa criar um “connect” com esta região), volto sempre que posso, volto sempre que me chamam (notaram a dica, para me chamarem mais vezes 😉 ). Confesso muitas vezes, sem arrogância mas com algum orgulho, que conheço bastante bem toda a costa Sudoeste. E depois não é que, quase que por magia, sou surpreendido por uma maravilha como esta (não conhecia e não me lembro, sequer, de ter ouvido falar deste restaurante antes deste Verão). A cada garfada me perguntava: “como é possível eu nunca ter vindo antes a esta restaurante?!”, entre a chegada de maravilhosas iguarias à mesa, eu perguntava às funcionárias: “mas abriu este ano?”, com a resposta: “não, está aberto desde 2011”. Por um lado, estava encantado com tamanha surpresa, por outro, quase que indignado com tamanha ignorância da minha parte, eu, um (achava eu) expert de coisas boas.

Começamos (eu a minha Liliana) a todo o gás, na nossa refeição, com um queijo derretido com orégãos e morcela com abóbora, acompanhados (foi companhia até final do jantar) por um belo branco Cortes de Cima (apesar da adega ser na Vidigueira, as vinhas “causadoras” deste belo néctar estão junto à Costa Alentejana, o que torna a coisa ainda mais familiar). Até este ponto diria que estava satisfeito, depois deste ponto foi a chamada apoteose. Todos os bombardeamentos deveria ser assim, começaram a cair na nossa mesa autênticas pérolas, que ainda o meu paladar chora de saudade. Ceviche de Corvina, Corvina à Bulhão Pato e Polvo frito, colocaram (imediatamente) este restaurante no topo das minhas preferências. No ceviche, a corvina fresquíssima brilhou a grande altura, e cada grafada representava um brilho nos olhos, a Corvina à Bulhão Pato (o meu favorito) nem tenho bem palavras, para tão preciosa combinação e o Polvo vai-me fazer vacilar nas minhas abordagens futuras, onde normalmente diria: “Polvo? Polvo é Santa Luzia!!”, agora vou continuar a dizer “Santa Luzia”, mas com um “mas na Costa Alentejana…mas no Porto das Barcas…”. Enfim, muitíssimo bom.

Neste momento, “o prémio já estava dado”, mas existiu tempo para mais coisas boas. Mousse de chocolate (gelada) com flor de sal e azeite (para além ser muito boa, merece a referência de “nunca comi uma mousse de chocolate assim” e que pensava que a mousse de chocolate era um ciência “fechada”) e uma tarde (que recordo com tanta saudade 😉 ) chamada Banoffee.

Como devem calcular, restaurantes não caem das arvores, são pessoas boas que, como diria um companheiro meu, “fazem acontecer!”. Uma vénia a toda esta equipa, com especial referência para a proprietária, Sofia Cabecinha, que para além do mérito da criação é uma muito simpática anfitriã. Senti-me em casa, e a partir daqui, meio caminho está feito.

Este é para voltar (o mais rápido que conseguir)!!