aldeia do mato
Aldeia do Mato já teve uma outra vida e, certamente, uma diferente cara. Com a construção da Barragem de Castelo de Bode em 1951, um grande olival e uma aldeia onde o verde apenas se confundia com o castanho, deu lugar a uma aldeia plantada na encosta de um lago. Quase como uma janela para um imenso azul. Fica no extremo Norte do concelho de Abrantes (sim, a minha Abrantes), e é um lugar encantador.
Se podemos dividir a história desta aldeia em dois períodos, marcada pela construção da barragem, numa perspectiva micro, ou seja, anual, também podemos dividir a vida da aldeia em dois momentos. O Verão e o resto do ano. É que para além de uma paisagem bonita, a barragem também trouxe a este lugar uma oportunidade de se reinventar. Tornou-se numa das mais frequentadas praias fluviais do país. É fácil perceber porquê. Primeiro é um lugar muito bonito, com identidade e de fácil acesso. Depois as águas do Zêzere, para além da atraente cor verde esmeralda, são de muito boa qualidade. A tudo isto, juntou-se investimento. Existe um hotel ali perto, restaurantes, toda a estrutura de apoio à praia, com um bar e mini marina, e, recentemente, também foi criada um Cable Park para a prática de Wakeboard. Por vezes, torna-se difícil arranjar um lugar na “areia” desta praia. E ainda há mais, a juntar à agitada vida de Verão da aldeia. A todos os veraneantes, juntam-se os muitos emigrantes e migrantes, que orgulhosamente regressam ao seu ponto de partida. Estão a imaginar, certo? O número de habitantes em permanência anual deve rondar os 400. No Verão dizer que duplica, é ser pouco optimista. É engraçada a vida no Verão, não só desta aldeia, mas como de todo o Norte do concelho, junto à barragem. E o espelho disso são as múltiplas festas de Verão que por ali acontecem, sempre, como se diz por aqui, “à pinha” de gente. Muitas vezes até acontecem, em aldeias vizinhas no mesmo dia, mantendo um elevado ritmo de afluência. Gosto muito de andar por estes lados. Muitas vezes, meio a brincar, meio a sério, digo que “qualquer dia, construo-o a minha casa de férias com vista para barragem”. Não fossem existir mais 10 lugares onde proferi a mesma afirmação, que quase a dava como garantida. Quem sabe. Ah, já para não falar do meu recente desejo em tirar a carta de marinheiro. Percebem porquê? Certamente, que não é para andar de bicicleta.
Eu gosto muito do Verão, mais do que outra estação qualquer. É mais alegre, mais positivo, as pessoas andam mais bem dispostas. O que faz com que, os territórios, aldeias e afins, também pareçam mais bonitos. Como este gosto pelo calor atinge da mesma forma muito boa gente, faz com que exista um afunilamento para lugares como a Aldeia do Mato. Neste ponto, talvez por já ter sido mais novo (percebem-me?), estou a tornar-me um pouco egoísta. Quero os “meus” lugares, quase só para mim. O que me faz oscilar para outras épocas do ano, com menos gente. Não consigo dar mergulhos, mas a paisagem continua deslumbrante. Mas, pensando bem, continuo a pender mais para o Verão. As festas por aqui, desempatam muito bem a coisa.
O turismo deu nova vida a muitos lugares, mediante a sua atractividade. Lisboa e Porto é o que se sabe. Em lugares como a Aldeia do Mato, sempre com uma escala diferente, mas mesmo assim, já se vai sentido a diferença para o passado sem o boom do turismo. O processo é sempre demasiado lento, pelo menos para alguém como eu, que vê o potencial deste lugar. Muitas vezes digo, se fosse em Itália, já existiam postais com a “cara” da Aldeia do Mato e de outros lugares parecidos, à venda no aeroporto. Não, não acho que Itália seja melhor que Portugal. Apenas “descobriu” o turismo primeiro. E pegando no exemplo de Itália, existe junto ao extremo Norte, uma espécie de ruralidade charmosa. Algo que os italianos vendem tão bem. Um identidade crua, construída por pessoas verdadeiras e trabalhadoras, mistura-se com uma paisagem deslumbrante, quase cristalina. Eu acho que será uma surpresa para muitos. É claro que uma visão deste charme italiano, nesta altura do campeonato, só está ao nível de um sonhador como eu. Mas, vamos ver se o tempo me dá razão.
Para já, vou-me contentando com as deslumbrantes vistas e pequenos pormenores da Aldeia do Mato, debaixo do Sol de Inverno. Estou bem, mas que o Verão venha rápido.
(Nota importante: a Aldeia do Mato, assim como outros lugares especiais no Norte do concelho de Abrantes, junto à Barragem de Castelo de Bode, foram no Verão passado chacinados por violentos incêndios. Não mencionei esse facto, apesar da relevância que ele tem, porque lugares como a Aldeia do Mato são muito mais do isso. Lugares onde aconteceram incêndios no Verão passado. Este lugar não precisa de pena, precisa é de pessoas a vivê-lo. Porque, simplesmente, é um lugar extraordinário. Sim, gosto sempre de ver as coisas pelo lado positivo.)
Aldeia do Mato já teve uma outra vida e, certamente, uma diferente cara. Com a construção da Barragem de Castelo de Bode em 1951, um grande olival e uma aldeia onde o verde apenas se confundia com o castanho, deu lugar a uma aldeia plantada na encosta de um lago. Quase como uma janela para um imenso azul. Fica no extremo Norte do concelho de Abrantes (sim, a minha Abrantes), e é um lugar encantador.
Se podemos dividir a história desta aldeia em dois períodos, marcada pela construção da barragem, numa perspectiva micro, ou seja, anual, também podemos dividir a vida da aldeia em dois momentos. O Verão e o resto do ano. É que para além de uma paisagem bonita, a barragem também trouxe a este lugar uma oportunidade de se reinventar. Tornou-se numa das mais frequentadas praias fluviais do país. É fácil perceber porquê. Primeiro é um lugar muito bonito, com identidade e de fácil acesso. Depois as águas do Zêzere, para além da atraente cor verde esmeralda, são de muito boa qualidade. A tudo isto, juntou-se investimento. Existe um hotel ali perto, restaurantes, toda a estrutura de apoio à praia, com um bar e mini marina, e, recentemente, também foi criada um Cable Park para a prática de Wakeboard. Por vezes, torna-se difícil arranjar um lugar na “areia” desta praia. E ainda há mais, a juntar à agitada vida de Verão da aldeia. A todos os veraneantes, juntam-se os muitos emigrantes e migrantes, que orgulhosamente regressam ao seu ponto de partida. Estão a imaginar, certo? O número de habitantes em permanência anual deve rondar os 400. No Verão dizer que duplica, é ser pouco optimista. É engraçada a vida no Verão, não só desta aldeia, mas como de todo o Norte do concelho, junto à barragem. E o espelho disso são as múltiplas festas de Verão que por ali acontecem, sempre, como se diz por aqui, “à pinha” de gente. Muitas vezes até acontecem, em aldeias vizinhas no mesmo dia, mantendo um elevado ritmo de afluência. Gosto muito de andar por estes lados. Muitas vezes, meio a brincar, meio a sério, digo que “qualquer dia, construo-o a minha casa de férias com vista para barragem”. Não fossem existir mais 10 lugares onde proferi a mesma afirmação, que quase a dava como garantida. Quem sabe. Ah, já para não falar do meu recente desejo em tirar a carta de marinheiro. Percebem porquê? Certamente, que não é para andar de bicicleta.
Eu gosto muito do Verão, mais do que outra estação qualquer. É mais alegre, mais positivo, as pessoas andam mais bem dispostas. O que faz com que, os territórios, aldeias e afins, também pareçam mais bonitos. Como este gosto pelo calor atinge da mesma forma muito boa gente, faz com que exista um afunilamento para lugares como a Aldeia do Mato. Neste ponto, talvez por já ter sido mais novo (percebem-me?), estou a tornar-me um pouco egoísta. Quero os “meus” lugares, quase só para mim. O que me faz oscilar para outras épocas do ano, com menos gente. Não consigo dar mergulhos, mas a paisagem continua deslumbrante. Mas, pensando bem, continuo a pender mais para o Verão. As festas por aqui, desempatam muito bem a coisa.
O turismo deu nova vida a muitos lugares, mediante a sua atractividade. Lisboa e Porto é o que se sabe. Em lugares como a Aldeia do Mato, sempre com uma escala diferente, mas mesmo assim, já se vai sentido a diferença para o passado sem o boom do turismo. O processo é sempre demasiado lento, pelo menos para alguém como eu, que vê o potencial deste lugar. Muitas vezes digo, se fosse em Itália, já existiam postais com a “cara” da Aldeia do Mato e de outros lugares parecidos, à venda no aeroporto. Não, não acho que Itália seja melhor que Portugal. Apenas “descobriu” o turismo primeiro. E pegando no exemplo de Itália, existe junto ao extremo Norte, uma espécie de ruralidade charmosa. Algo que os italianos vendem tão bem. Um identidade crua, construída por pessoas verdadeiras e trabalhadoras, mistura-se com uma paisagem deslumbrante, quase cristalina. Eu acho que será uma surpresa para muitos. É claro que uma visão deste charme italiano, nesta altura do campeonato, só está ao nível de um sonhador como eu. Mas, vamos ver se o tempo me dá razão.
Para já, vou-me contentando com as deslumbrantes vistas e pequenos pormenores da Aldeia do Mato, debaixo do Sol de Inverno. Estou bem, mas que o Verão venha rápido.
(Nota importante: a Aldeia do Mato, assim como outros lugares especiais no Norte do concelho de Abrantes, junto à Barragem de Castelo de Bode, foram no Verão passado chacinados por violentos incêndios. Não mencionei esse facto, apesar da relevância que ele tem, porque lugares como a Aldeia do Mato são muito mais do isso. Lugares onde aconteceram incêndios no Verão passado. Este lugar não precisa de pena, precisa é de pessoas a vivê-lo. Porque, simplesmente, é um lugar extraordinário. Sim, gosto sempre de ver as coisas pelo lado positivo.)