Em Almeida ouvi o vento a percorrer as suas ruas.
Ouvir o vento, faz-me sentir ligado a lugar. Nunca consegui perceber esta ligação. Mas ela existe. Talvez seja uma ligação entre o natural e o edificado. Talvez seja apenas uma coisa minha, daquelas sem explicação. Mas o que mais interessa para aqui, é que o senti em Almeida. Lugar de deslumbre fácil, tem forma de estrela e isso confere-lhe o estatuto de particular ou mesmo única. Entrar na fortaleza, assim ao final do dia, percorrer as ruas sem destino, ouvir a história do lugar ao som ligeiro do vento. Muito bom.
Talvez por este sopro do vento, depois de uma visita, sonhei que vivia em Almeida. Quando acordei, ao recordar fragmentos do sonho, pareceu estranho. Mas foi um sonho bom. Estava feliz por lá. Só não percebi o porquê do sonho. Talvez a explicação da minha ligação a Almeida vá além do vento.
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Esta história pertence ao projeto Retratos do Centro de Portugal. Vão ser construídos 365 retratos, 365 pequenas histórias, sobre toda a grande Região Centro de Portugal. Podem consultar todos os retratos aqui.