Fátima, Portugal. Lugar sinónimo de lugares especiais. Lugar portador de lugares mágicos, que nos transportam para diferentes dimensões. Gosto da fantasia, de sonhar e imaginar novos mundos. Em Fátima é fácil sonhar. Criei este sonho, chamado bosque encantado, numa viagem pelo Luz Houses, uma das minhas casas em Fátima.
“Era manhã e perguntei à menina da recepção, novamente, o caminho para o Calvário. Muito simpática, lá me disse: “vai até à nossa Ermida, depois segue em frente, quando encontrar alguma intersecção, segue sempre pela esquerda”. E eu lá respondi: “ok, existe um portão lá atrás? Posso sair à vontade?”. Ao que ela me respondeu: “Não existe nenhum portão, é sempre em frente”, com um sorriso nos lábios, já a adivinhar o que eu iria viver. Fiquei com a pulga atrás da orelha, mas lá segui até à Ermida. Depois da Ermida num caminho aberto entre murros, começa uma espécie de bosque, cada vez mais fechado, mas muito bonito. Aqui tive a certeza, o Luz Houses não tem uma porta de saída. Tal como num (bom) filme de ficção cientifica, no final do Luz Houses parece que entramos numa outra dimensão, paralela à real. Continuei o caminho pelo bosque, até que lá no alto, entre as árvores, surge o Calvário Húngaro. Representa o final da via-sacra dos Valinhos e foi oferecido a Fátima pelos refugiados húngaros da segunda guerra mundial (daí o nome). Todo este espaço, independentemente das crenças de cada um, representa uma paz incrível. Como fica lá no alto, também tem uma vista muito bonita sobre Fátima e a sua Catedral. Tudo isto na tal dimensão paralela. Lá voltei ao bosque, que denominei de encantado, percorri o caminho de volta e voltei a entrar na dimensão real.”
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Esta história pertence ao projeto Retratos do Centro de Portugal. Vão ser construídos 365 retratos, 365 pequenas histórias, sobre toda a grande Região Centro de Portugal. Podem consultar todos os retratos aqui.