Setas azuis para Fátima, setas amarelas para Santiago. Dois caminhos que se cruzam, dois caminhos especiais. Um milenar, o de Santiago. Um centenário, o de Fátima. Hoje o retrato e a história é do Caminho de Santiago. Um dos meus caminhos e viagens favoritas.
Já fui até Santiago a pé algumas vezes. Sozinho, com a minha Mãe e com amigos. Sempre de mochila às costa.
Existem noites que sonho com o caminho e dias que acordo pronto para caminhar. Acho que sofro de uma espécie de síndrome do caminho.
Depende muito da forma como cada um absorve o caminho (não vos posso garantir que irão sofrer do mesmo ao fazerem e regressarem do Caminho). Da maneira que se entrega, e o que se sofre e se vive cada passo por lá. Apesar de ser uma pessoa viajada, que já viu e viveu algumas coisas, o caminho toca-me de uma maneira que poucas viagens e experiências me tocam. Não sei se é pela dificuldade de caminhar com a mochila, se pelo misticismo característico de um caminho milenar (sim, já percorrem este caminho há mais de 1000 anos!), se pelas pessoas que vamos encontrando no caminho, com as suas diferentes histórias…ou então, pela mistura disto tudo (acho que deve ser por aí). Para mim, o querer voltar é uma constante. Nem o descrevo como vício. Mas acredito que exista algo de magnético por ali.
—
Esta história pertence ao projeto Retratos do Centro de Portugal. Vão ser construídos 365 retratos, 365 pequenas histórias, sobre toda a grande Região Centro de Portugal. Podem consultar todos os retratos aqui.