Regressei a Vila Velha de Rodão no Outono de 2019. Foi como visitar um velho amigo.

Era cedo e estava aquele frio fininho que cheira a início de Inverno. Vento fazia-se ouvir, como se estivesse a contornar objetos e com momentos de via aberta onde a velocidade aumentava. Estava no topo da elevação que marca o lado Norte do monumento natural chamado de Portas de Rodão. Ao meu lado estava uma fortificação acompanhada de uma lenda que se perde no tempo. Estava no Castelo do Rei Wamba. E qual a história deste rei de nome africano? Passo a explicar, segundo a lenda:

“Nas portas de Ródão do lado do Beira Baixa (Norte do Tejo) vivia um Rei que tinha lá um Castelo que se chamava Rei Wamba e que dominava este lado. Este era um guarda avançado da Egitânia (Idanha-a-Velha).
O lado de lá era dominado por um Rei Mouro.
A mulher do Rei Wamba perdeu-se de amores pelo Rei Mouro e este para a raptar tentou fazer um túnel que passaria por baixo do Tejo para a poder ir buscar.
Os cálculos do Rei Mouro foram mal feitos e o buraco saiu acima do nível das águas (conforme ainda se pode ver). A mulher do Rei Wamba entrou em pânico e o Rei Wamba descobriu a finalidade do buraco.
O Rei Wamba vendo a paixão que ela manifestava pelo outro, ofereceu-a então ao outro Rei como presente, mas sendo atada à mó de um moinho, rolando pelas encostas até ao rio Tejo. Pelo sítio onde passou a mó com a mulher do Rei Wamba atada nunca mais nasceu qualquer vegetação, conforme hoje ainda se pode verificar no local.”

 

 

Esta história pertence ao projeto Retratos do Centro de Portugal. Vão ser construídos 365 retratos, 365 pequenas histórias, sobre toda a grande Região Centro de Portugal. Podem consultar todos os retratos aqui.

 

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