retratos do centro de portugal

dia de mercado na vila de arganil

“Aterrei” no centro da vila de Arganil numa 5a feira de uma manhã de Inverno. Era dia do mercado semanal. Mesmo sem ter termo de comparação, sabia que a vila estava diferente. Vivia numa azafama diferente e com um colorido diferente. Fiquei tão feliz quando percebi que estava a visitar a vila no seu dia de mercado. Quando me perguntam: “o que fazes ou qual o teu comportamento quando chegas a um lugar novo?”. A minha resposta é quase sempre a mesma: “vou ao mercado local”. Por várias razões. Para sentir o local, para sentir num movimento de rotina, para perceber os recursos do território e claro, para sentir cheiros, emoções. Com a devida proporção, em comparação com, por exemplo, Barcelona, o mercado de Arganil balanceia genuinamente para o mesmo lado. Produtos e produtores locais. Produtos adaptados às necessidades das pessoas. Delicioso ver uma senhora com uma árvore na mão, para plantar na sua quinta. Delicioso ver um senhor a escolher as melhores ferragens, para as suas pequenas obras. Delicioso ver as jovens famílias estrangeiras, que habitam nas serras em volta de Arganil, a comprar os seus abastecimentos. Delicioso ver o amola tesouras à entrada do mercado a fazer o seu trabalho tranquilamente. Foi quase como estar perante uma lenda viva. Delicioso ver as aldeias a “descerem” à vila, para as suas gentes confraternizarem. Estava começar bem a minha viagem por Arganil.

2019

Esta história pertence ao projeto Retratos do Centro de Portugal. 365 retratos, 365 pequenas histórias, sobre o que faz da região Centro de Portugal um lugar diferente. Podem consultar todos os retratos aqui.

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