Quinta da Ponte Pedrinha. Lugar de vinhos da região do Dão. Fica algures entre Seia e Gouveia, com cheiro a Serra. A quinta tem origem no séc. XVIII, a vinha tem, mais ou menos a minha idade, qualquer a rondar os 30 anos. Com a soma de todos estes pontos, o vinho só pode ser bom.

Encontrei este lugar quase sem querer. Pecorria as estradas da região do Dão, na sua fronteira com a Serra da Estrela, e, numa espécie de flash, no final de um curva apertada, aparece a indicação da Ponte Pedrinha como lugar ligado a vinhos. Na altura não percebia se era produtor ou não, mas o lugar pareceu-me tão encantador,  que, sem pensar muito, liguei o pisca, abrandei o carro e virei à esquerda. Uma azinhaga dava as boas-vindas, a presença de longas encostas de vinha, dissipavam as dúvidas. Ali existia vinho. 

A quinta estava fechada e não se via sinal de gente. O dia estava quente e caminhava para o seu final, o lugar respirava bom ar. Apetecia estar. As vinhas carregadas de uva indicavam que a vindima ainda não tinha começado. Apetecia-me esperar. Estava a gostar de estar ali. 

Talvez volte. Talvez o regresso seja, mais uma vez, fruto do acaso. Sabe bem quando a surpresa supera a expetativa.