Abrantes, 7 de Outubro, 7h00. A Alice acorda, a mãe Liliana acorda, eu acordo. Em sequência e tudo normal. Na verdade, todos os dias por aquela hora, este ritual acontece. Mas no dia 7, depois da Alice mamar, ninguém voltou para cama. Arrumámos as malas e seguimos para o Algarve. Sim, foi a primeira viagem da Alice. Tinha acabado de completar dois meses.
Iríamos ficar 1 semana fora de casa e dividimos a viagem em duas localidades. Cacela Velha e Olhão. As duas na Ria Formosa. As duas bem distintas. Com é óbvio a escolha não foi por acaso. São dois lugares que os pais da Alice adoram e onde são constantemente felizes. Sabemos que as memórias desta primeira viagem, para a Alice, se vão resumir às fotografias que o pai tirou. Mas acreditamos de coração, que esta viagem também marcou a Alice, assim como todas as experiências, que todos os dias lhe tentamos proporcionar. Em último caso, acredito que a felicidade da Alice, no momento, seja um pouco do reflexo da felicidade do pais. Acredito no efeito espelho da felicidade. Em casa feliz, dificilmente existirá alguém infeliz, sendo essa felicidade proporcional ao amor que sentimos uns pelos outros. Não sei se é genética, se é exemplo ou referências com ela vai captando. O que é certo é que a Alice adora viajar. Em pouco mais de 2 meses de vida, já percorreu metade do país, não só desta vez, é muito rara a semana em que não fazemos uma pequena viagem os três. Nesta viagem, a mais longa até então, a pequena Alice comportou-se como um pequeno anjinho. Adora ver tudo, quer tocar em tudo. Mas sempre de uma forma tranquila. As quase 4 horas de viagem, entre nossa casa e o Algarve, assustaram mais o pais (“será que ela vai bem?”, foi a pergunta mais ouvida durante a viagem) do que a ela.
Chegámos a Cacela Velha no dia de anos da avó Ana (sim, a minha mãezinha). Com alguma coincidência, os meus pais tinham decidido passar uns dias em Monte Gordo, que fica ao lado de Cacela, portanto o primeiro dia de praia da Alice foi também dividido com Monte Gordo e com muitos beijinhos na avó. Também faz sentido o lugar, já que Monte Gordo é praia de infância (e de todos os anos) do pai.
Estávamos a criar memórias, das boas. Acredito que este épico momento será tema de conversa em jantares de Natal. Sim, naqueles momentos em que só se recordam coisas boas. As melhores “coisas boas”. Nesta primeira parte da viagem, em Cacela Velha, onde ficámos 4 dias, escolhemos como lugar para ficar o, super acolhedor, Conversas de Alpendre, da Marta e do Tiago, e também do José Carlos e da Cristina (família que nos fez sentir em família) que fugiram de Lisboa para criar o seu pequeno paraíso dentro do paraíso. A escolha não poderia ter sido melhor. Rapidamente nos sentimos com a tranquilidade de quem está em sua casa, e com as mordomias de quem não está em sua casa (estávamos a precisar de férias). É um espaço delicioso, cheio de recantos por descobrir (começando pela casa da árvore, ao melhor estilo Tom Sawyer), com cheiro a laranja e a mar, com vista para a ria, com muito estilo e conforto, e, sobretudo, cheio de gente boa e com muita vontade de receber bem.
A Alice ditou todos os ritmos. E em tudo o que a Alice “mexeu” virou ouro. Para os pais é a melhor coisa do mundo, simplesmente estar com a Alice. Ainda para mais num conceito viagem. Acredito que a liberdade da viagem também seja boa para ela. Fomos a quase todas as praias e lugares especiais da região. Monte Gordo, Altura, Praia Verde, Tavira, Santa Lúzia e, claro, a belíssima (e favorita) Cacela Velha. A Alice também gostou, tal foi o sorriso que lançou por lá.