Benidorm, um clássico do Verão.
Nunca esperei escrever isto. Fui a Benidorm e gostei.
Este “novo” Benidorm foi, provavelmente, a maior surpresa do meu Verão. No sentido positivo do acto de ser surpreendido.
Possuía um estigma negativo (gigante) sobre este destino e quando ouvia a palavra Benidorm, sem nunca ter lá ido, surgiam 3 imagens na minha cabeça: viagens de finalistas (loucas) dos anos 80/90, ingleses que beberam mais de 25 cervejas e low cost (sinto sempre que me vão enganar). Por isso, quando fui convidado a visitar, foi com naturais reservas que aceitei.
Quando chego a Benidorm pela manhã, tenho a muito simpática Laura à minha espera. Natural de Benidorm e de constante sorriso rasgado, trabalha para a Fundação de Turismo da cidade. Diz-me que me vai mostrar, não um novo Benidorm, mas um Benidorm diferente daquele que estaria à espera de encontrar. Acima de tudo, vai mostrar-me o “seu” Benidorm (funciona sempre bem aquele lado mais local e menos formatado…aplica-se em Benidorm, em Abrantes…ou numa qualquer cidade chinesa…ou em todo o lado). Começamos com uma visita à TAO BIKE, loja de aluguer de bicicletas eléctricas do Sérgio. Catalão, que emana boa disposição, deixou a sua vida para trás em Barcelona, para seguir um caminho (TAO..significa caminho a seguir e é o princípio fundamental do Taoísmo) mais descontraído e sustentável na Costa Blanca. Escolhi a minha bicicleta (muito giras as bicicletas do Sérgio) e pedalei em direção ao mar.
A minha imagem do passado, já quase se tinha evaporado. Gente muito simpática e bicicleta eléctrica nas mãos (assim tocam-me no coração). Bom início de “conversa”. O objectivo de Laura era fugir ao normal. Não ficámos pelas praias da cidade, pedalámos pela marginal e subimos um morro em direção a uma reserva natural que estabelece o extremo Este da cidade. Os pontos mais altos, dão sempre as melhores perspectivas, e por aqui não decepcionou. Pedalava por uma estrada lindíssima, com o imenso azul do mar no horizonte, pequenas praias (calas) a surgir a cada curva, o cheiro a mar a misturar-se com cheiro da floresta, vento na cabeça. Prazeres que só uma “viagem” de bicicleta pode proporcionar. É assim que se recebe bem uma pessoa. Nem 1 hora tinha de Benidorm, e tinha já vivido estes momentos.
Descemos para a cala Tio Ximo. Pequena praia, escondida entre rochas, de cor azul esmeralda. Em contraste com os milhares de pessoas que se banhavam na principal praia de cidade, por aqui estavam pouco mais de 10 pessoas. Na praia do Tio Ximo estacionamos a bicicleta, estendemos a toalha, óculos de mergulho na cara e mergulhámos no azul do Mediterrâneo. Água temperada e transparente. Mergulhei a sorrir. Que bem que estava por ali. É claro que a Laura disse que este era um dos seus lugares favoritos, é claro que não era necessário dizer tal coisa, a sua cara de satisfação falava por si.
Ao final da manhã, voltámos às nossas bicicletas e deixámos as calas e arribas da reserva natural, e pedalámos, com todo o estilo, em direção ao centro de Benidorm. Atravessámos a marginal da praia Llevant, a mais “turistificada”, em direção ao centro histórico e daí pedalámos em direção à praia Ponent, a praia frequentada por locais. Aí estacionámos novamente as bicicletas, não para um mergulho, mas para um almoço à beira-mar. Restaurante com uma magnífica vista para a praia, paelha e dourada para o almoço (tudo muito bom), e sobretudo uma boa conversa. A nós juntou-se o Lucho, colega de Laura, madrileno convertido a Benidorm. Uma constante de Benidorm, gente muito simpática (é de coração que o digo).
No final do longo almoço, mais um passeio de bicicleta pelas ruas estreitas do centro histórico de Benidorm, seguido de uma sessão de relaxamento num SPA de um hotel da cidade. Sim, fui ao SPA a Benidorm. Que maravilha. Aquela coisa do cuidar do corpo e da mente aplica-se tão bem aqui. Um belo complemento ao dia activo que estava a viver.
O dia já caminhava para final, e já sem as bicicletas do Sérgio, caminhámos pelo centro histórico, entre ruelas, igrejas e miradouros de inspiração grega (Mirador del Castillo, muito giro). Para terminar o dia em beleza, à boa maneira espanhola, tapeámos entre conversas, sorrisos e copos de vinho da região. Nesta arte os nuestros hermanos são reis. Se a minha imagem negativa sobre benidorm se tinha evaporado nas primeiras pedaladas do dia, nesta fase já só falava no regresso. Benidorm, para mim, deixou de ser apenas um destino de férias, passou a ser um local para se viver, cheio de coisas interessantes para descobrir e de gente interessante para conviver. Muito interessante a linha de pensamento desta Fundação de Turismo, que pensa à frente. Benidorm deve ter uma taxa de ocupação anual a rondar os 80%, mas esta gente tem os olhos no futuro, e sabe que o novo luxo está na experiência de qualidade. Por isso, pedalei numa bicicleta eléctrica, cheia de estilo, sustentável e divertida. Mergulhei em praias de filme numa reserva natural. Visitei restaurantes feitos por locais, para comer pratos tradicionais. Uma visão de futuro, irrequieta e assertiva, que os liga à terra.
Obrigado pela surpresa, Benidorm.
Nunca esperei escrever isto. Fui a Benidorm e gostei.
Este “novo” Benidorm foi, provavelmente, a maior surpresa do meu Verão. No sentido positivo do acto de ser surpreendido.
Possuía um estigma negativo (gigante) sobre este destino e quando ouvia a palavra Benidorm, sem nunca ter lá ido, surgiam 3 imagens na minha cabeça: viagens de finalistas (loucas) dos anos 80/90, ingleses que beberam mais de 25 cervejas e low cost (sinto sempre que me vão enganar). Por isso, quando fui convidado a visitar, foi com naturais reservas que aceitei.
Quando chego a Benidorm pela manhã, tenho a muito simpática Laura à minha espera. Natural de Benidorm e de constante sorriso rasgado, trabalha para a Fundação de Turismo da cidade. Diz-me que me vai mostrar, não um novo Benidorm, mas um Benidorm diferente daquele que estaria à espera de encontrar. Acima de tudo, vai mostrar-me o “seu” Benidorm (funciona sempre bem aquele lado mais local e menos formatado…aplica-se em Benidorm, em Abrantes…ou numa qualquer cidade chinesa…ou em todo o lado). Começamos com uma visita à TAO BIKE, loja de aluguer de bicicletas eléctricas do Sérgio. Catalão, que emana boa disposição, deixou a sua vida para trás em Barcelona, para seguir um caminho (TAO..significa caminho a seguir e é o princípio fundamental do Taoísmo) mais descontraído e sustentável na Costa Blanca. Escolhi a minha bicicleta (muito giras as bicicletas do Sérgio) e pedalei em direção ao mar.
A minha imagem do passado, já quase se tinha evaporado. Gente muito simpática e bicicleta eléctrica nas mãos (assim tocam-me no coração). Bom início de “conversa”. O objectivo de Laura era fugir ao normal. Não ficámos pelas praias da cidade, pedalámos pela marginal e subimos um morro em direção a uma reserva natural que estabelece o extremo Este da cidade. Os pontos mais altos, dão sempre as melhores perspectivas, e por aqui não decepcionou. Pedalava por uma estrada lindíssima, com o imenso azul do mar no horizonte, pequenas praias (calas) a surgir a cada curva, o cheiro a mar a misturar-se com cheiro da floresta, vento na cabeça. Prazeres que só uma “viagem” de bicicleta pode proporcionar. É assim que se recebe bem uma pessoa. Nem 1 hora tinha de Benidorm, e tinha já vivido estes momentos.
Descemos para a cala Tio Ximo. Pequena praia, escondida entre rochas, de cor azul esmeralda. Em contraste com os milhares de pessoas que se banhavam na principal praia de cidade, por aqui estavam pouco mais de 10 pessoas. Na praia do Tio Ximo estacionamos a bicicleta, estendemos a toalha, óculos de mergulho na cara e mergulhámos no azul do Mediterrâneo. Água temperada e transparente. Mergulhei a sorrir. Que bem que estava por ali. É claro que a Laura disse que este era um dos seus lugares favoritos, é claro que não era necessário dizer tal coisa, a sua cara de satisfação falava por si.
Ao final da manhã, voltámos às nossas bicicletas e deixámos as calas e arribas da reserva natural, e pedalámos, com todo o estilo, em direção ao centro de Benidorm. Atravessámos a marginal da praia Llevant, a mais “turistificada”, em direção ao centro histórico e daí pedalámos em direção à praia Ponent, a praia frequentada por locais. Aí estacionámos novamente as bicicletas, não para um mergulho, mas para um almoço à beira-mar. Restaurante com uma magnífica vista para a praia, paelha e dourada para o almoço (tudo muito bom), e sobretudo uma boa conversa. A nós juntou-se o Lucho, colega de Laura, madrileno convertido a Benidorm. Uma constante de Benidorm, gente muito simpática (é de coração que o digo).
No final do longo almoço, mais um passeio de bicicleta pelas ruas estreitas do centro histórico de Benidorm, seguido de uma sessão de relaxamento num SPA de um hotel da cidade. Sim, fui ao SPA a Benidorm. Que maravilha. Aquela coisa do cuidar do corpo e da mente aplica-se tão bem aqui. Um belo complemento ao dia activo que estava a viver.
O dia já caminhava para final, e já sem as bicicletas do Sérgio, caminhámos pelo centro histórico, entre ruelas, igrejas e miradouros de inspiração grega (Mirador del Castillo, muito giro). Para terminar o dia em beleza, à boa maneira espanhola, tapeámos entre conversas, sorrisos e copos de vinho da região. Nesta arte os nuestros hermanos são reis. Se a minha imagem negativa sobre benidorm se tinha evaporado nas primeiras pedaladas do dia, nesta fase já só falava no regresso. Benidorm, para mim, deixou de ser apenas um destino de férias, passou a ser um local para se viver, cheio de coisas interessantes para descobrir e de gente interessante para conviver. Muito interessante a linha de pensamento desta Fundação de Turismo, que pensa à frente. Benidorm deve ter uma taxa de ocupação anual a rondar os 80%, mas esta gente tem os olhos no futuro, e sabe que o novo luxo está na experiência de qualidade. Por isso, pedalei numa bicicleta eléctrica, cheia de estilo, sustentável e divertida. Mergulhei em praias de filme numa reserva natural. Visitei restaurantes feitos por locais, para comer pratos tradicionais. Uma visão de futuro, irrequieta e assertiva, que os liga à terra.
Obrigado pela surpresa, Benidorm.