Como um lugar tão bonito se pode chamar Covão d’Ametade? É uma pergunta que me persegue ao longo dos anos. É um nome pesado para a graciosidade do lugar. Mas, vai-se lá perceber a lógica da origem dos nomes.
Localizado na entrada Sul do Vale Glaciar, é como um segredo que passa despercebido ao olhar mais distraído. É ali que o “meu” rio Zêzere, dá o primeiro ar da sua graça, vindo da Torre e percorrer as paredes do Cântaros. Sendo este, talvez em paralelo com uma tranquilidade infinita que o lugar transmite, o ponto chave para defini-lo como mágico.
Já visitei este lugar vezes suficientes para não me lembrar do número de vezes que o visitei. A sua sazonalidade é marcante, como se diferentes personagens habitassem este Covão. Na Primavera, o cheiro que o invade é indescritível. No Outono, a melancolia das cores quentes dá vontade de abraçar o lugar. E no Inverno, o traje branco, transforma o lugar num postal, independente do ângulo.
Lugar mágico, este lugar de um nome esquisito.
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Esta história pertence ao projeto Retratos do Centro de Portugal. Vão ser construídos 365 retratos, 365 pequenas histórias, sobre toda a grande Região Centro de Portugal. Podem consultar todos os retratos aqui.