Está frio na Serra da Estrela. Muito frio.

Nós, portugueses, somos malta de se queixar com pouco. Estão 10 graus lá fora e está um frio desgraçado. Seria, certamente, um assunto para uma boas horas de conversa com habitante da Noruega ou então um simples “tá calado, isso é tempo de andar calções e manga à cava”.  (nem vou mencionar um habitante da Sibéria, porque com esse era uma machadada na barriga no final da primeira frase, naquela em que franzia o nariz a queixar-me do frio). 

Já pensei que a culpa é do Verão. Não deveria ser tão quente. Chega a esta altura e a malta sofre. Não há casaco que aguente (ou que resolva) uma mudança dos 40º para os 5º. Faz o Inverno parecer o inferno ou uma maratona em que já estamos fartos de correr, cansados e cheios de sede, e nunca mais vemos a meta (neste caso, o Verão). Shame on you, Verão!

Mas como gosto muito do Verão, também já pensei em culpar as pessoas que falam de frio nesta altura (ou seja, todas as pessoas). Esta coisa do efeito espelho faz sentido e já pensei que se ninguém falasse nisso, nesta altura andaria de calções e sem frio nenhum. Sim, na Serra da Estrela.

 

Esta história pertence ao projeto Retratos do Centro de Portugal. Vão ser construídos 365 retratos, 365 pequenas histórias, sobre toda a grande Região Centro de Portugal. Podem consultar todos os retratos aqui.

 

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