Folgosinho, aldeia carismática da Serra da Estrela.
Cheguei a Folgosinho vindo de Gouveia, a dar-me as boas-vindas à aldeia estava um pastor de capa no ombro e face marcada pelo vento e pela vida. O carácter deste lugar sente-se no primeiro impacto. É aldeia da Serra de alma e coração. A dureza da pedra que a ornamenta e o sangue de quem lá vive, transmite as melhores energias, para quem, como eu, gosta de histórias onde a genuinidade existe.
Diz-se que foi aqui que o lendário Viriato nasceu. Eu acredito. Viriato e a sua história, combina com a cara de Folgosinho.
Caminhei pelas ruas de pedra da aldeia, subi ao topo do seu mini castelo e almocei no, também lendário, Albertino. Uma feijoada de javali, para acalmar o estômago e reforçar a alma. Também parei no café, também Albertino, para uma aguardente capaz de aceder uma fogueira, e dois dedos de conversa com a rapaziada local. Falámos sobre a dureza da vida na Serra, ao mesmo que mencionávamos as palavras paz e tranquilidade. Folgosinho é assim, uma mão cheia de coisas simples, puras e genuínas. Não vou deixar de voltar, mais que não seja para uma feijoada e um aguardente.
Boa terra, feita de boa gente.
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Esta história pertence ao projeto Retratos do Centro de Portugal. Vão ser construídos 365 retratos, 365 pequenas histórias, sobre toda a grande Região Centro de Portugal. Podem consultar todos os retratos aqui.