Fragas de São Simão. Praia fluvial e monumento natural. Fica a 15 minutos de distância, a pé, da aldeia do xisto Casal de São Simão e pertence ao concelho de Figueiró dos Vinhos. Passei por lá no meu querido Verão.

Verão em Portugal, e em particular na região centro, é sinónimo de um calor tórrido, daquele que apodera da nossa pele e dos nossos sentidos. Num misto de efeito magnético e busca de prazer em modo sobrevivência, o meu corpo (e o corpo de muitos) procura, quase naturalmente, o refrescante. Visitei as Fragas de Simão numa daquelas tardes de 40ºC. Refrescante é mesmo a palavra certa para a definição deste lugar.

Curva e contra curva pelo meio da floresta. Há pouco tinha deixado a A13 que liga Coimbra a  Tomar. Estava no coração de Portugal, território genuíno das Aldeias do Xisto. Começo a encontrar placas a indicar a proximidade da aldeia (de São Simão) e das Fragas. Numa final de curva mais apertada que a rotina anterior, começo a ver um grande volume de carros, estacionados daquela forma bem portuguesa conhecida como “de qualquer maneira”. Assumi que as Fragas estavam perto. Estaciono o carro da melhor forma que consegui. Estava no alto e apenas ouvi o barulho da água a arrepiar caminho entre rochas. Estava um calor insuportável. Matriculas estrangeiras, carrinhas transformadas em auto-caravanas, pessoas com geleiras na mão. Cenário de Verão português, parece um filme caricaturado. Mas é a mais pura das verdades, nós somos assim. É sangue. Continuei a descer pela estrada e a sentir a água cada fez mais próxima. Suava em bica. A descida era íngreme e o passar dos metros era como alimentar a teoria do efeito magnético refrescante. O corpo seguia num desconforto tranquilizante. Sabia que o éden estava próximo. Num segundo o volume do correr das águas aumenta de uma forma desgarrada, começo a ver a água, o verde toma conta do pano de fundo e a massa humana também se torna visível. Tinha chegado a Fragas de Simão. Num momento refrescante que se já se transformou num clássico do Verão do interior centro de Portugal. 

 

Esta história pertence ao projeto Retratos do Centro de Portugal. Vão ser construídos 365 retratos, 365 pequenas histórias, sobre toda a grande Região Centro de Portugal. Podem consultar todos os retratos aqui.

 

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