Entroncamento é uma história de ferro. É uma das mais recentes e mais pequenas cidades do país. Acredito que também uma das mais conhecidas. É raro o português que não tenha passado pelo Entroncamento, mesmo que não tenha pisado o seu solo. O nome de Entroncamento tem uma origem prática, em  sua terra encontram-se e cruzam-se as, muito provavelmente, duas principais linhas de caminho de ferro em Portugal: a Linha Norte (que liga Lisboa ao Porto) e a Linha da Beira Baixa (que liga Lisboa à Covilhã). Cidades, de uma forma geral, têm a sua gênese num recurso. Seja o mar, o rio, uma montanha, ou um terreno fértil. Entroncamento, a cidade, teve a sua gênese nos caminhos de ferro.

Pela centralidade e pela confluência das linhas de caminho de ferro acima mencionadas, um local ermo, passou a freguesia e mais tarde, em 1991, passou a cidade. Fruto do seu desenvolvimento e progresso económico. Acredito que no inicio do seu tempo a sua população fosse quase por inteiro relacionada com os caminhos de ferro, trabalhadores da CP e suas famílias. Mas, pelo seu potencial de mobilidade, não só de recursos humanos, mas também matérias primas e produto, passou a ser um polo importante de empresas, unidades militares e uma espécie de dormitório para pessoas que fazem da mobilidade uma rotina. É claro que o caminho é ferro, não só é o ponto de partida como ainda o é principal foco deste lugar com cerca de 15 km2 , mas hoje já é muito mais do que isso.

Para mim, o Entroncamento, já é uma rotina. Adoro andar de comboio. Fica a 1 hora de distância de Lisboa, de comboio. Fica a 20 minutos de distância de minha casa, de carro. Sou um passageiro frequente do ferro, faço também da minha história uma história de ferro.

Esta história pertence ao projeto Retratos do Centro de Portugal. Vão ser construídos 365 retratos, 365 pequenas histórias, sobre toda a grande Região Centro de Portugal. Podem consultar todos os retratos aqui.

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