Santa Catarina da Fonte do Bispo, Tavira, Ria Formosa, Algarve. Estes lugares também significam Barrocal Algarvio e praias maravilhosas. E já agora, comida de chorar por mais. Descodificando, o que une isto tudo?… Hotel Rural Quinta do Marco.
Sou um confesso admirador da região da Ria Formosa. Mais do que um lugar bonito, é um lugar onde me sinto realmente bem (pelas vezes que lá tenho ido, está prestes a passar de “onde me sinto bem” para “onde me sinto em casa” 😉 ). E quando o nosso carinho por lugar é grande, é natural a satisfação que se sente quando “se faz bem” nesse lugar, quase como um alimento para que tudo continue a brilhar. A Quinta do Marco faz bem (e fica neste lugar maravilhoso, onde me sinto realmente bem 😉 ).
Estive lá no início de Junho e adorei. Tal como comecei, a Quinta do Marco fica na aldeia de Santa Catarina, em pleno Barrocal Algarvio, localizado entre a serra o mar, espaço pouco conhecido para o veraneantes, mas super interessante e, sobretudo, autêntico. Apesar de ficar, orgulhosamente, localizado num meio rural, fica a cerca de 5 minutos de algumas das praias que existem (sim, entre todas as praias que existem. Ria Formosa, lembram-se!? 😉 ). Todo este mix, entre agitação e sossego, entre praia e serra, entre azul e verde, faz deste Hotel, não objetivamente melhor, mas faz dele um espaço claramente diferente (ou, pelo menos, do que estamos habituados na generalidade da oferta hoteleira algarvia). Aqui, a experiência Algarve é diferente, mas apesar da diferença, estão incluídas todas as coisas boas que o Algarve tem para oferecer (sim, vale ir à praia).
A Quinta tem cerca de 18 hectares, onde o verde impera, divididos entre árvores de fruto (sim, tem laranjeiras…para quem não sabe, a laranja do Algarve é a melhor do Mundo), pequenas hortas, olival, vinha, zona de pastagem (tem ovelhas), capoeiras (aldeia rural e tudo o que isso inclui, certo?) e claro, o espaço edificado do Hotel.
Os quartos são confortáveis e com boas áreas, no que me calhou em sorte, contava ainda com uma varanda com uma vista serra-mar absolutamente deliciosa. Mas aqui, apesar de todo o luxo e conforto que um bom hotel de 4* tem de oferecer, o verdadeiro luxo está na experiência. É aqui que entra de rompante o proprietário do hotel, Hélder Martins. É parte intrigante deste hotel (é possível vê-lo a servir à mesa no restaurante do hotel, a contar histórias ou a dar de comer aos animais) e que faz dele uma experiência diferente, onde mais do que chegarmos ao hotel do Hélder, senti, com sinceridade e desde o primeiro momento, que cheguei a casa do Hélder e de sua família. É este sentimento de genuinidade, que me faz acreditar que a experiência turística (aquela que para mim é bem feita) foi cumprida.
O percurso da minha estadia foi dividido entre conversas, mergulhos na piscina (uma bela piscina), meia sesta numa bela sombra, descoberta de qual o melhor miradouro do hotel (vantagens de ficar localizado na serra e ter o mar em frente), arrumar as galinhas na capoeira para passarem melhor a noite (sim, é verdade que o fiz. Sempre em busca da experiência 😉 ), uma bebida ao pôr do sol e mais conversas. Até aqui tudo impecável. Mas quando não estava à espera de mais surpresas, eis que levo com a maior. Confesso que estava à espera de encontrar um bom hotel, mas nunca um bom hotel com um bom restaurante. Não é que estivesse à espera que fosse mau, mas nunca pensei que fosse tão bom. Começa logo com um vista incrível, toda a fachada Sul é envidraçada, com vista mar a partir da serra. Depois é deixar a comida brilhar. Começo com uma sopa de coentros do amêijoas da Ria (voltava lá só para voltar a comer a sopa), pelo meio aparece-me um belo polvo à lagareiro de Santa Luzia, que segundo o locais, o polvo de Santa Luzia (povoação localizada a cerca de 15km do hotel) “é sempre bom, assim ou assado”, e termino com uma aguardente de medronho local. Muito mais do uma refeição, foi uma viagem por um sem fim tradições e raízes culturais que esta região tem para oferecer (tem as praias mais bonitas, mas é muito mais que isso). Era impossível não ir dormir de sorriso no lábios (não, não foi efeito do medronho 😉 ).
O pequeno almoço, no mesmo local do jantar (aquele com a vista deslumbrante), seguiu a mesma linha do jantar, produto local a brilhar. Nem precisava de mais nada, só o sumo natural de laranja do Algarve chegava (que maravilha).
Muito mais do que hotel a “dois passos” da praia, é um espaço onde a tranquilidade se mistura com a beleza envolvente e genuinidade da cultura algarvia. Cada vez mais acredito que a experiência é o novo luxo e aqui a experiência é levada a sério, sem grandes coisas ensaiadas, é genuína (grande parte dos colaboradores é de Santa Catarina, e ninguém melhor que um local para falar e sentir, sobre esse local).
Mas, apesar da experiência no hotel ser tão boa como (penso que) descrevi, aconselho, sobretudo para estadias mais longas, a saírem do hotel e conhecerem, experienciarem a região em volta. Num raio de 30km do hotel aconselho as seguintes experiências:
• Comer Arroz de Lingueirão na Marisqueira Fialho, em Pinheiro (perto de Luz de Tavira);
• Visitar as praias de Cacela Velha e do Barril (Santa Luzia);
• Conhecer os Centros Históricos de Vila Real de Santo António e Tavira;
• Visitar o Mercado de Olhão e comprar Muxama de Atum (atum fumado):
• Um passeio de barco de Ria Formosa (pode partir de Tavira, Fuseta ou Olhão);
• Comer polvo na Casa do Polvo Tascaquinha em Santa Luzia (Capital do Polvo);
• Assistir ao pôr do sol no adro da igreja de Cacela Velha (se possível a comer umas ostras da Ria Formosa, na tasca local).
CONTACTOS
Hotel Rural Quinta do Marco
Sítio do Marco, Santa Catarina da Fonte do Bispo
8800-164, Tavira
reservas@hotelquintadomarco.com