Herdade da Espirra: uma maternidade de plantas.
Sim, uma maternidade. Na minha cabeça, é uma constante, o ecoar de sinónimos, paralelos e simbolismos. Não foi necessário muito tempo, nem despender muita energia mental, para encontrar o simbolismo da Herdade da Espirra. É uma verdadeira maternidade de plantas. Sejam elas gigantes, como o eucalipto, ou minúsculas, como o alecrim. Não existe choro de crianças, nem pais ansiosos. Mas existe amor, e uma espécie de celebração do nascimento, assim como todo um apoio nos primeiros tempos de vida. Visitei a Herdade da Espirra na última semana.
Expectativas. Não sei como funciona convosco. Comigo, é um fenómeno que ainda não consigo controlar. Por vezes sou seduzido por bonitos postais, prometendo areia branca, água translúcida, calor e uma experiência inesquecível. Aceito, e depois estou 5 minutos ao Sol e não aguento mais, os sorrisos não são verdadeiros e o processo é industrial. A prometida experiência inesquecível, transforma-se em algo a não repetir. O que não é verdade, porque um postal bonito faz brilhar os olhos de qualquer um, e não iria conseguir controlar o meu ímpeto de partida. No espectro oposto das expectativas, estão fenómenos como a Herdade da Espirra. Digo fenómeno, porque são injustamente tratados no momento da partida e no final releva-se não só uma experiência que justificaria um “vou repetir isto mais vezes”, mas é levada ao extremo de um “era capaz de viver aqui”. No início do ano, fui convidado pela The Navigator Company para conhecer a Herdade da Espirra. Como algo que iria justificar a minha atenção e justificar uma história. Meio desconfiado da certeza dos factos, aceitei. Movido pela teimosa questão das expectativas. E talvez por alguma ignorância. Parti de casa, numa fria manhã de Inverno, à espera de encontrar algo frio, industrial e desprovido de sentimentos. Parece um cenário desolador. Mas, para meu espanto, e quase cometendo a imprudência de anunciar o final da história, encontrei o oposto. Um lugar quente, onde o valor humano é importante, num processo muito pouco industrial e muito pouco mecanizado, e, talvez a maior das surpresas, carregado de sentimento. Um dia espero ser pai. Espero que na maternidade onde o meu filho/a nascer, seja tratado com o mesmo carinho, que as plantas são tratadas neste lugar. Juro-vos, que não existe exagero nas minhas palavras.
Pouco passavam das 9h00 quando cheguei à Herdade da Espirra. Como já disse, era uma manhã fria de Inverno. A Herdade fica num lugar curioso, Pegões. E digo curioso, porque tem multiculturalidade deliciosa, que me deixou logo aquela inquietação boa, e ainda não tinha sequer passado o portão para o lado de dentro. Vejam só isto. Pegões, pertence ao distrito de Setúbal e fica, em linha recta, a menos de 20km do Oceano Atlântico. No entanto, 2 km a Sul de Pegões, já é distrito de Évora, ou seja Alentejo. Basta ver que não dista muito mais de 30km de Montemor-o-Novo, hoje existe aquele Alentejo puro. Até penso que, a própria Herdade, tem solo no Alentejo e na Estremadura. Como se já não fosse interessante o suficiente, fica também colada ao Ribatejo. Sim, aquele da lezíria, dos touros e dos cavalos. Ou seja, fica numa zona de confluência, não só de paisagens distintas, mas, sobretudo, de culturas distintas. E não foi preciso ir ao mapa. Os meus olhos brilham de outra forma, quando vêem estas coisas. E, consequentemente, o coração sente. E vocês sabem, sou um sentimental. Sim, neste momento, a questão da “dor” das expectativas já tinha sido aliviada.
Estaciono o carro junto ao principal conjunto de edifícios da Herdade e de um eucalipto centenário (gigante), que funciona também como praça central. Saio do carro e começa a minha visita. A Herdade da Espirra é composta por 4 grandes núcleos. A adega e vinha, que produz vinhos com o nome Herdade da Espirra. Os viveiros, a tal maternidade de plantas que me inspirou. Uma zona de floresta, funcionando quase como um acompanhar de todo o processo de crescimento da árvore, desde a maternidade até à idade adulta. E uma, recém instalada, central fotovoltaica, que funciona como elo de ligação entre os restantes núcleos. Está instalada mesmo junto à entrada da Herdade, passado uma mensagem de sustentabilidade a quem entra. Pelo menos para mim, essa mensagem passou. Acredito também que esta mensagem também chegue ao meio ambiente, e que ele agradeça por isso. Isto tudo, num total de 1700 hectares. Sim, é grande. Começo pelos viveiros. Bem, é um jogo de cores e de cheiros. A funcionária que seguia comigo, apaixonadamente, ia identificando todas as diferentes espécies que íamos encontrando, falando delas com um carinho desmedido. Não só distinguindo sua forma e aspecto, mas também tocando nas plantas, cheirando-as, lá está, dando-lhes carinho. Não estou a exagerar. Apresentou-me primeiro as muitas espécies de eucaliptos que existem por ali, depois os pinheiros, depois os medronheiros, carvalhos, sobreiros e bétulas. Sem esquecer os cedros, oliveiras e freixos. Bem, sem dar conta, já estava a viajar pela minha infância. Quando saia de casa pela manhã, na minha super bicicleta em direção ao pinhal. Aquele cheiro intenso e as mãos a colar de resina. Como foi bom crescer no campo e poder dar valor a estas pequenas coisas. Recordei também os tempos que passava na horta dos meus avós, a assistir lentamente ao crescimento das plantas e à sazonalidade das mesmas. Não era preciso o Facebook avisar-me da chegada da Primavera, senti-o nos cheiros e via-o nas cores. Algo tão simples e com uma magia, digna das coisas especiais. Recordei também os meus tempos de adolescente, onde adorava ir com os meus amigos às pequenas festas de aldeia, marcadas não só pelo cheiro a frango assado e música de baile, mas muito pelo cheiro da folha do eucalipto, cujo os ramos forravam todos os caminhos e beirados da festa. A vida e as viagens são feitas de memórias, e muitos flashbacks tive na Espirra, esmagando pequenas folhas e sentido o seu cheiro. Em alguns cheiros, nem um nome lhe conseguia dar, apenas lhe conseguia associar um momento. Assim, entre sorrisos e memórias, lá caminhava pelos viveiros.
Existem pequenos pólos no viveiro, com especificidades diferentes. Quase como o desenrolar de diferentes etapas e necessidades da vida da planta. Existem as estufas, onde facilmente se estabelece um paralelo com uma incubadora. Onde, quase tudo é controlado, numa fase em que a planta necessita de maior cuidado. Depois existe uma espécie de lote, onde estão as espécies “mãe”, que dão origem a todas as pequenas plantas. Existe também uma secção destinada à seleção das plantas, funcionado como uma espécie de avaliação do estado das mesmas e o rumo que irão tomar. Um ponto curioso. Todo este trabalho de seleção e avaliação, é manual e realizado, em exclusivo, por mulheres. Pergunta natural: “porquê só mulheres?”. Resposta, com um sorriso: “porque são mais sensíveis no trato da planta”. Digam-me, se isto não é tratar as coisas com carinho? Achei muito engraçado este facto e mais uma vez, surgir o paralelo com a maternidade e com nascimento de algo, sempre muito associado à mulher. Depois ainda existe uma secção dedicada às plantas ornamentais, que são cuidadas a pinça. Mais uma vez, sem exagero. Outro ponto interessante, é a permanência constante de investigadores do Instituto Raiz, que realiza investigações na floresta, que também pertence à The Navigator Company. Aqui recordo sempre o número de vezes que a palavra “sustentabilidade” surgiu no e-mail que a The Navigator Company me enviou no início do ano. Eles levam isso, a questão da sustentabilidade, mesmo a sério (já tinha falado na central fotovoltaica). Numa pequena conversa que tive com uma investigadora, que andava em redor dos “bebés” eucaliptos, para além de apenas com um olhar perceber que adora aquilo que se pode chamar de seu trabalho (aqui, revi-me), perguntei-lhe com alguma ironia associada se “já tem tanto amor pelas suas filhas árvores, é possível reconhecê-las, quando vai numa qualquer viagem por esse país fora?”. Resposta: “Sim, muitas vezes consigo identificar um lote que saiu daqui. Muitos, têm características bastante distintas”. Confesso que ia caindo. Esperava um: “é claro que não!”. Mas sai-me um “sim”. Juro que quase senti uma vontade de deixar de ser contador de histórias e passar a ser engenheiro florestal.
O tempo passou a uma velocidade estonteante. Aquela velocidade que só se sente quando a experiência é boa. Ainda passei por uma breve visita à adega, também muito bonita. Mas a minha cabeça, naquele momento, só queria era histórias de eucaliptos e pinheiros. E eu que gosto tanto de histórias de vinho. Aqui, nesta experiência e nesta herdade, aplica-se uma velha máxima que fui validando ao longo dos tempos e que agora a tomo como, absolutamente, verdadeira. A diferença está nas pessoas. Esta experiência não foi boa, por as plantas serem bonitas e estar uma bonita manhã de Inverno. Foi boa porque, as pessoas que fazem desta herdade, o seu dia a dia, fazem-no com algo muito genuíno e muitas vezes difícil de compreender, que é amor. E isso, meus amigos, sente-se. Eu senti.
Após as despedidas, quase dignas de filme lamechas e não de quem apenas se conheceu há poucas horas. Segui o meu caminho. Podia ter voltado pela autoestrada. Mas segui, ainda envolvido pela experiência, pelas longas estradas do campo da antiga província do Ribatejo. Pelo meio, ao olhar pela janela do meu carro, exclamei um “ah, aquilo é um eucalipto globulus”. Sim, fiquei a saber que existem 600 espécies de eucalipto. Já consigo distinguir 5.
Sim, uma maternidade. Na minha cabeça, é uma constante, o ecoar de sinónimos, paralelos e simbolismos. Não foi necessário muito tempo, nem despender muita energia mental, para encontrar o simbolismo da Herdade da Espirra. É uma verdadeira maternidade de plantas. Sejam elas gigantes, como o eucalipto, ou minúsculas, como o alecrim. Não existe choro de crianças, nem pais ansiosos. Mas existe amor, e uma espécie de celebração do nascimento, assim como todo um apoio nos primeiros tempos de vida. Visitei a Herdade da Espirra na última semana.
Expectativas. Não sei como funciona convosco. Comigo, é um fenómeno que ainda não consigo controlar. Por vezes sou seduzido por bonitos postais, prometendo areia branca, água translúcida, calor e uma experiência inesquecível. Aceito, e depois estou 5 minutos ao Sol e não aguento mais, os sorrisos não são verdadeiros e o processo é industrial. A prometida experiência inesquecível, transforma-se em algo a não repetir. O que não é verdade, porque um postal bonito faz brilhar os olhos de qualquer um, e não iria conseguir controlar o meu ímpeto de partida. No espectro oposto das expectativas, estão fenómenos como a Herdade da Espirra. Digo fenómeno, porque são injustamente tratados no momento da partida e no final releva-se não só uma experiência que justificaria um “vou repetir isto mais vezes”, mas é levada ao extremo de um “era capaz de viver aqui”. No início do ano, fui convidado pela The Navigator Company para conhecer a Herdade da Espirra. Como algo que iria justificar a minha atenção e justificar uma história. Meio desconfiado da certeza dos factos, aceitei. Movido pela teimosa questão das expectativas. E talvez por alguma ignorância. Parti de casa, numa fria manhã de Inverno, à espera de encontrar algo frio, industrial e desprovido de sentimentos. Parece um cenário desolador. Mas, para meu espanto, e quase cometendo a imprudência de anunciar o final da história, encontrei o oposto. Um lugar quente, onde o valor humano é importante, num processo muito pouco industrial e muito pouco mecanizado, e, talvez a maior das surpresas, carregado de sentimento. Um dia espero ser pai. Espero que na maternidade onde o meu filho/a nascer, seja tratado com o mesmo carinho, que as plantas são tratadas neste lugar. Juro-vos, que não existe exagero nas minhas palavras.
Pouco passavam das 9h00 quando cheguei à Herdade da Espirra. Como já disse, era uma manhã fria de Inverno. A Herdade fica num lugar curioso, Pegões. E digo curioso, porque tem multiculturalidade deliciosa, que me deixou logo aquela inquietação boa, e ainda não tinha sequer passado o portão para o lado de dentro. Vejam só isto. Pegões, pertence ao distrito de Setúbal e fica, em linha recta, a menos de 20km do Oceano Atlântico. No entanto, 2 km a Sul de Pegões, já é distrito de Évora, ou seja Alentejo. Basta ver que não dista muito mais de 30km de Montemor-o-Novo, hoje existe aquele Alentejo puro. Até penso que, a própria Herdade, tem solo no Alentejo e na Estremadura. Como se já não fosse interessante o suficiente, fica também colada ao Ribatejo. Sim, aquele da lezíria, dos touros e dos cavalos. Ou seja, fica numa zona de confluência, não só de paisagens distintas, mas, sobretudo, de culturas distintas. E não foi preciso ir ao mapa. Os meus olhos brilham de outra forma, quando vêem estas coisas. E, consequentemente, o coração sente. E vocês sabem, sou um sentimental. Sim, neste momento, a questão da “dor” das expectativas já tinha sido aliviada.
Estaciono o carro junto ao principal conjunto de edifícios da Herdade e de um eucalipto centenário (gigante), que funciona também como praça central. Saio do carro e começa a minha visita. A Herdade da Espirra é composta por 4 grandes núcleos. A adega e vinha, que produz vinhos com o nome Herdade da Espirra. Os viveiros, a tal maternidade de plantas que me inspirou. Uma zona de floresta, funcionando quase como um acompanhar de todo o processo de crescimento da árvore, desde a maternidade até à idade adulta. E uma, recém instalada, central fotovoltaica, que funciona como elo de ligação entre os restantes núcleos. Está instalada mesmo junto à entrada da Herdade, passado uma mensagem de sustentabilidade a quem entra. Pelo menos para mim, essa mensagem passou. Acredito também que esta mensagem também chegue ao meio ambiente, e que ele agradeça por isso. Isto tudo, num total de 1700 hectares. Sim, é grande. Começo pelos viveiros. Bem, é um jogo de cores e de cheiros. A funcionária que seguia comigo, apaixonadamente, ia identificando todas as diferentes espécies que íamos encontrando, falando delas com um carinho desmedido. Não só distinguindo sua forma e aspecto, mas também tocando nas plantas, cheirando-as, lá está, dando-lhes carinho. Não estou a exagerar. Apresentou-me primeiro as muitas espécies de eucaliptos que existem por ali, depois os pinheiros, depois os medronheiros, carvalhos, sobreiros e bétulas. Sem esquecer os cedros, oliveiras e freixos. Bem, sem dar conta, já estava a viajar pela minha infância. Quando saia de casa pela manhã, na minha super bicicleta em direção ao pinhal. Aquele cheiro intenso e as mãos a colar de resina. Como foi bom crescer no campo e poder dar valor a estas pequenas coisas. Recordei também os tempos que passava na horta dos meus avós, a assistir lentamente ao crescimento das plantas e à sazonalidade das mesmas. Não era preciso o Facebook avisar-me da chegada da Primavera, senti-o nos cheiros e via-o nas cores. Algo tão simples e com uma magia, digna das coisas especiais. Recordei também os meus tempos de adolescente, onde adorava ir com os meus amigos às pequenas festas de aldeia, marcadas não só pelo cheiro a frango assado e música de baile, mas muito pelo cheiro da folha do eucalipto, cujo os ramos forravam todos os caminhos e beirados da festa. A vida e as viagens são feitas de memórias, e muitos flashbacks tive na Espirra, esmagando pequenas folhas e sentido o seu cheiro. Em alguns cheiros, nem um nome lhe conseguia dar, apenas lhe conseguia associar um momento. Assim, entre sorrisos e memórias, lá caminhava pelos viveiros.
Existem pequenos pólos no viveiro, com especificidades diferentes. Quase como o desenrolar de diferentes etapas e necessidades da vida da planta. Existem as estufas, onde facilmente se estabelece um paralelo com uma incubadora. Onde, quase tudo é controlado, numa fase em que a planta necessita de maior cuidado. Depois existe uma espécie de lote, onde estão as espécies “mãe”, que dão origem a todas as pequenas plantas. Existe também uma secção destinada à seleção das plantas, funcionado como uma espécie de avaliação do estado das mesmas e o rumo que irão tomar. Um ponto curioso. Todo este trabalho de seleção e avaliação, é manual e realizado, em exclusivo, por mulheres. Pergunta natural: “porquê só mulheres?”. Resposta, com um sorriso: “porque são mais sensíveis no trato da planta”. Digam-me, se isto não é tratar as coisas com carinho? Achei muito engraçado este facto e mais uma vez, surgir o paralelo com a maternidade e com nascimento de algo, sempre muito associado à mulher. Depois ainda existe uma secção dedicada às plantas ornamentais, que são cuidadas a pinça. Mais uma vez, sem exagero. Outro ponto interessante, é a permanência constante de investigadores do Instituto Raiz, que realiza investigações na floresta, que também pertence à The Navigator Company. Aqui recordo sempre o número de vezes que a palavra “sustentabilidade” surgiu no e-mail que a The Navigator Company me enviou no início do ano. Eles levam isso, a questão da sustentabilidade, mesmo a sério (já tinha falado na central fotovoltaica). Numa pequena conversa que tive com uma investigadora, que andava em redor dos “bebés” eucaliptos, para além de apenas com um olhar perceber que adora aquilo que se pode chamar de seu trabalho (aqui, revi-me), perguntei-lhe com alguma ironia associada se “já tem tanto amor pelas suas filhas árvores, é possível reconhecê-las, quando vai numa qualquer viagem por esse país fora?”. Resposta: “Sim, muitas vezes consigo identificar um lote que saiu daqui. Muitos, têm características bastante distintas”. Confesso que ia caindo. Esperava um: “é claro que não!”. Mas sai-me um “sim”. Juro que quase senti uma vontade de deixar de ser contador de histórias e passar a ser engenheiro florestal.
O tempo passou a uma velocidade estonteante. Aquela velocidade que só se sente quando a experiência é boa. Ainda passei por uma breve visita à adega, também muito bonita. Mas a minha cabeça, naquele momento, só queria era histórias de eucaliptos e pinheiros. E eu que gosto tanto de histórias de vinho. Aqui, nesta experiência e nesta herdade, aplica-se uma velha máxima que fui validando ao longo dos tempos e que agora a tomo como, absolutamente, verdadeira. A diferença está nas pessoas. Esta experiência não foi boa, por as plantas serem bonitas e estar uma bonita manhã de Inverno. Foi boa porque, as pessoas que fazem desta herdade, o seu dia a dia, fazem-no com algo muito genuíno e muitas vezes difícil de compreender, que é amor. E isso, meus amigos, sente-se. Eu senti.
Após as despedidas, quase dignas de filme lamechas e não de quem apenas se conheceu há poucas horas. Segui o meu caminho. Podia ter voltado pela autoestrada. Mas segui, ainda envolvido pela experiência, pelas longas estradas do campo da antiga província do Ribatejo. Pelo meio, ao olhar pela janela do meu carro, exclamei um “ah, aquilo é um eucalipto globulus”. Sim, fiquei a saber que existem 600 espécies de eucalipto. Já consigo distinguir 5.