Porque a vida são 2 dias e muitas vezes uma viagem chega a ter 10, existe um mundo novo para descobrir ao virar de cada esquina (esta frase quase que dava para uma letra de uma rock ballad, “um mundo novo para descobrir ao virar de cada esquina”, muito bom!). Seja de carro, caravana ou pão de forma (o top das viagens românticas), o mais importante é caminho, a liberdade e a aventura. Parece-me ser a versão ideal para quem quer viajar em família, atingindo os pícaros para quem tem filhos.

As Aldeias Históricas são um território mágico e muito apetecível para isto das “road trips”. Interior de Portugal, zona desconhecida para muitos, de uma riqueza incrível. São 12 aldeias “oficiais” e muitas outras igualmente interessantes. As propostas de viagem podem ser muitas e variadas, dependendo sobretudo do ponto de partida (que não existe um melhor que outro) e dos dias disponíveis para a viagem. Vou considerar um ponto de partida a Sul e 4 dias de viagem (um fim de semana alargado, portanto).

1º dia – Idanha-a-Velha/Monsanto/Castelo Novo/Piodão: As aldeias de Idanha-a-Velha e Monsanto estão quase coladas, e ainda existe a bonita aldeia de Penha Garcia por descobrir. Este seria o plano ideal para a manhã, com um almoço na singular aldeia de Monsanto. Após um ligeiro passeio a pé pelas ruas de Monsanto para digerir o almoço, será tempo de seguir para a aldeia de Piodão. A aldeia de Piodão, é a única (das 12 aldeias) em xisto e fica na Serra do Açor, na “porta” Sul da Serra da Estrela. A aldeia parece um mini presépio. Será o local ideal para jantar e dormir.

2º dia – Linhares da Beira/Belmonte/Sortelha: Será dia de explorar o território da Serra da Estrela. Poderá optar por viajar pelo interior da Serra, desde Piodão até Linhares ou pela base Oeste da Serra, passando por Seia e Gouveia. Um ponto obrigatório, é na viagem entre Linhares e Belmonte, seguir pelo interior da Serra até à vila de Manteigas e daí seguir para Belmonte. Pode (e deve) fazer um ligeiro desvio (em Manteigas) e fazer a estrada do Vale Glaciar  até à nascente do rio Zêzere. Provavelmente a minha estrada favorita. Em Belmonte tem muito para explorar, desde as ligações judaicas até ao passado de Pedro Álvares Cabral . Nada melhor que terminar o dia em Sortelha. Aldeia que parece um cenário de filme. É tempo de dar “corda” à máquina fotográfica, vai querer tirar uma foto em cada canto. Uma nota já para o próximo dia, acorde cedo e assista ao nascer do sol na porta (sim, a aldeia tem portas ) Este da aldeia.

3º dia – Castelo Mendo/Almeida/Trancoso: Siga em direção ao Sabugal, onde terá o primeiro contacto com o rio Côa, nascido na vizinha Serra da Malcata. De Sabugal irá seguir para a acastelada aldeia de Castelo Mendo. Deixe o carro na porta da aldeia e suba a pé até ao ponto mais alto. A vista vai valer a pena. Depois será tempo de seguir para fortificada vila de Almeida, tendo a particularidade de, vila, estar inserida dentro de uma muralha em forma de estrela. Aqui, vai estar a dois passos de Espanha. A última paragem do dia de hoje será em Trancoso, a Oeste de Almeida. Siga de Almeida para Trancoso, por Pinhel, local também interessante. Já em Trancoso, o plano será perder-se pelas estreitas ruas do centro histórico da vila.

4º dia – Figueira de Castelo Rodrigo/Marialva: O último dia será dedicado às duas aldeias mais a Norte e todo o seu território envolvente. Para além da visita às bonitas aldeias, não pode perder uma visita ao Vale do Côa (sim, o das pinturas rupestres) e ao rio Douro (o ideal seria deixar o carro por instantes, e fazer um passeio de barco, entre as bonitas vinhas do Douro). Para terminar em beleza, dormir nas Casas do Côro, em Marialva, seria uma bela versão de “a cereja no topo do bolo”.

 

Esta história pertence ao projeto Retratos do Centro de Portugal. Vão ser construídos 365 retratos, 365 pequenas histórias, sobre toda a grande Região Centro de Portugal. Podem consultar todos os retratos aqui.

 

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