Senhora da Ribeira. Praia fluvial da barragem da Aguieira.

Espelho de água que representa a forma mais idílica de uma praia fluvial. Encastrada entre vales do Mondego e do Dão, facto que, por si só, lhe transmite um carácter inesgotável. A praia é enorme, a perder de vista. Esta imensidão é quase imperceptível até à chegada, de vistas curtas. Tem marina, bar, restaurante, zona de grelhadores e até um pedaço de relva para quem gosta de descansar com mais conforto. Visitei esta praia no pico do Verão, não contei o número de pessoas que lá estavam, mas pareceram-me algumas centenas. O espaço é tão grande, que, mesmo assim, parece quase vazio.

Por momentos, observei uma família a chegar à praia. Chegaram numa carrinha, com uma roulote atrelada. Não sei se vinham todos na carrinha ou se vinha também alguém dentro da roulote. Mas contei quase 10 elementos pertencentes a esta família. Estacionaram o par de veículos junto à água e em poucos minutos já tinham uma parafernália de instrumentos montados. Era um toldo, um conjunto de cadeiras, um conjunto de mesas, um conjunto de pesca, não sei quantas boias e, claro, uma geleira de elevadas dimensões. Apesar de toda a dimensão do momento, não pareciam ir ficar a pernoitar por ali. Pareceu-me que vinham passar apenas uma tarde. Num ápice, já estavam todos em movimento. Os mais novos na água, as mulheres na conversa, os homens de volta do grelhador. Uma genuinidade tão simples, tão rica, tão portuguesa. Esta família parece uma caricatura, tantas vezes renegada e gozada por nós portugueses. Mas cada vez mais, e com orgulho, parece-me que isto, somos nós.

Em breve, volto.

 

 

 

Esta história pertence ao projeto Retratos do Centro de Portugal. Vão ser construídos 365 retratos, 365 pequenas histórias, sobre toda a grande Região Centro de Portugal. Podem consultar todos os retratos aqui.

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