dia 3 – 23/5/2019 | Figueira da foz – Berlengas
Hoje o nosso comandante acordou cheio de vontade de navegar. Ainda estava na cama e já o nosso barco estava a “caminhar” para Sul. O tempo estava maravilhoso, como aquele dia de Verão com que todos nós sonhamos no dia mais frio do Inverno. O vento soprava fraco, o termómetro ultrapassava os 20°C, eram 7h00.
Com o avançar das horas, a temperatura aumentou para o nível Verão Azul, e com o aumento de temperatura a moral da tripulação também se elevou. Navegávamos com uma brisa ligeira, Sol a brilhar forte e o com Samsung Galaxy S10 a providenciar a banda sonora, que se fazia notar em alto e bom som em todo o barco. Nos meus melhores sonhos antes da viagem, eram momentos como este que mais se destacavam. Como é bom concretizar sonhos.
Pedrogão, São Pedro de Moel ou Paredes de Vitória, praias que são sinónimos de recordações de infância, foram circulando na frente do olhar como quadro real, que congelei, não só em fotos, mas também em memórias, daquelas que vão originar conversas à mesa dos próximos natais. Espero que estas memórias venham com cheiros, dos ventos e da água salgada, como só as melhores memórias conseguem transportar. O bom tempo manteve-se até à porta de entrada do gigante dos mares chamado Nazaré. O Sol escondeu-se em sinal de respeito. As ondas ganharam aquele volume épico que fazem deste lugar um santuário. Um santuário natural, muitas vezes consagrado como santuário de surf. Desligámos também a música do barco, não só em sinal de respeito, mas também para não nos escapar nada, pois cada momento por ali pode aproximar-se de uma pequena benção. Ao longe e com a visão privilegiada de mar para terra, observámos corajosos e exímios surfistas que desafiam a natureza até ao seu limite mais ténue. Confesso que, mesmo sentado num barco, embalado pelas ondas históricas do canhão, senti a adrenalina a subir.
Não sei se a Nazaré representa uma espécie de entrada para um universo paralelo, mas o que é certo é que o Sol não voltou a aparecer e o mar transformou-se em algo irrequieto e imprevisível, e que muitas vezes tirou o chão ao nosso barco.
A coordenada final do nosso dia estava definida para a ilha das Berlengas, mais um clássico português. Peniche talvez tenha ficado irritado pela nossa passagem por lá ser curta, senti que deu uma espécie de ordem ao mar para fazer uma passagem de irrequieto para bravo. Entre Peniche e as Berlengas foi procurar o lugar mais abrigado do barco, arrumar os valores para não deslizarem borda fora e confiar no nosso comandante. O nosso barco tremia como terramoto num lugar exótico. As ondas, num ápice, transformaram-se em montanhas, não intransponíveis, mas bem visíveis e imponentes. Cada subida e descida de uma onda era uma momento quase merecedor de um aplauso, impossível de concretizar, já que as nossas mãos, naquele momento, serviam como âncoras para o nosso corpo não ser projectado para um lugar distante. A vida no mar é isto. Imprevisível, muitas vezes dura e quase sempre inesquecível.
Da mesma forma que Peniche mandou uma mensagem ao mar para ficar bravo, as Berlengas mandaram uma mensagem para o mar amainar em jeito de boas-vindas. Em segundos o mar acalmou e com uma luz lindíssima chegámos às Berlengas. O mestre Zé fundeou o nosso barco e numa decisão de instinto, rapidamente subimos a bordo do nosso pequeno barco de apoio, e fomos explorar a ilha. Em boa hora o fizemos. Um lugar que merece a referência de mágico, digno de um qualquer filme de fantasia.
Amanhã vai ser a etapa mais curta desta jornada. Vamos navegar até Cascais.
Hoje o nosso comandante acordou cheio de vontade de navegar. Ainda estava na cama e já o nosso barco estava a “caminhar” para Sul. O tempo estava maravilhoso, como aquele dia de Verão com que todos nós sonhamos no dia mais frio do Inverno. O vento soprava fraco, o termómetro ultrapassava os 20°C, eram 7h00.
Com o avançar das horas, a temperatura aumentou para o nível Verão Azul, e com o aumento de temperatura a moral da tripulação também se elevou. Navegávamos com uma brisa ligeira, Sol a brilhar forte e o com Samsung Galaxy S10 a providenciar a banda sonora, que se fazia notar em alto e bom som em todo o barco. Nos meus melhores sonhos antes da viagem, eram momentos como este que mais se destacavam. Como é bom concretizar sonhos.
Pedrogão, São Pedro de Moel ou Paredes de Vitória, praias que são sinónimos de recordações de infância, foram circulando na frente do olhar como quadro real, que congelei, não só em fotos, mas também em memórias, daquelas que vão originar conversas à mesa dos próximos natais. Espero que estas memórias venham com cheiros, dos ventos e da água salgada, como só as melhores memórias conseguem transportar. O bom tempo manteve-se até à porta de entrada do gigante dos mares chamado Nazaré. O Sol escondeu-se em sinal de respeito. As ondas ganharam aquele volume épico que fazem deste lugar um santuário. Um santuário natural, muitas vezes consagrado como santuário de surf. Desligámos também a música do barco, não só em sinal de respeito, mas também para não nos escapar nada, pois cada momento por ali pode aproximar-se de uma pequena benção. Ao longe e com a visão privilegiada de mar para terra, observámos corajosos e exímios surfistas que desafiam a natureza até ao seu limite mais ténue. Confesso que, mesmo sentado num barco, embalado pelas ondas históricas do canhão, senti a adrenalina a subir.
Não sei se a Nazaré representa uma espécie de entrada para um universo paralelo, mas o que é certo é que o Sol não voltou a aparecer e o mar transformou-se em algo irrequieto e imprevisível, e que muitas vezes tirou o chão ao nosso barco.
A coordenada final do nosso dia estava definida para a ilha das Berlengas, mais um clássico português. Peniche talvez tenha ficado irritado pela nossa passagem por lá ser curta, senti que deu uma espécie de ordem ao mar para fazer uma passagem de irrequieto para bravo. Entre Peniche e as Berlengas foi procurar o lugar mais abrigado do barco, arrumar os valores para não deslizarem borda fora e confiar no nosso comandante. O nosso barco tremia como terramoto num lugar exótico. As ondas, num ápice, transformaram-se em montanhas, não intransponíveis, mas bem visíveis e imponentes. Cada subida e descida de uma onda era uma momento quase merecedor de um aplauso, impossível de concretizar, já que as nossas mãos, naquele momento, serviam como âncoras para o nosso corpo não ser projectado para um lugar distante. A vida no mar é isto. Imprevisível, muitas vezes dura e quase sempre inesquecível.
Da mesma forma que Peniche mandou uma mensagem ao mar para ficar bravo, as Berlengas mandaram uma mensagem para o mar amainar em jeito de boas-vindas. Em segundos o mar acalmou e com uma luz lindíssima chegámos às Berlengas. O mestre Zé fundeou o nosso barco e numa decisão de instinto, rapidamente subimos a bordo do nosso pequeno barco de apoio, e fomos explorar a ilha. Em boa hora o fizemos. Um lugar que merece a referência de mágico, digno de um qualquer filme de fantasia.
Amanhã vai ser a etapa mais curta desta jornada. Vamos navegar até Cascais.