na ilha do faial, azoris faial garden.

 

Estão a ver aquele sentimento típico de quem chega a casa, após algum tempo de ausência? É o que sinto cada vez que meus pés tocam em solo açoreano. Estive no mês de Maio na ilha do Faial. Fiquei no Azoris Faial Garden.

A minha paixão pelos Açores, para além de uma espécie de amor à primeira vista, sem grandes (ou nenhuma) dúvidas, é um acto continuo. Não me canso de voltar. Até mesmo quando ao olhar pela janela do avião, na aproximação, neste caso, à ilha do Faial, e percebo que o tempo vai estar cinzento e talvez chuvoso. Foi o caso desta visita. Assim que coloquei os pés na pista do Aeroporto da Horta, senti aroma e humidade dos Açores, não estranhei o tempo cinzento (já me sinto um bocadinho açoreano) e larguei um sorriso discreto e sincero, tão típico de quem volta a casa. Estava pronto para uma nova aventura.

À minha espera no Aeroporto estava a Isabel, diretora do Azoris Faial Garden. Quem está a ler isso deve estar a pensar “olha-me este gajo, que até a diretora do Hotel o vai buscar”. Mas quem conhece a Isabel (e quem não conhece, aconselho a conhecer) sabe que ela é, provavelmente, a diretora de hotel mais fixe que existe. Ao nível de tudo o que já disse sobre os Açores, a Isabel (assim como todo o pessoal do Azoris) é perita na arte, nada fácil, de fazer um hospede sentir-se em casa. Para além de todas as maravilhas naturais, capazes de deixar qualquer um de boca aberta, os Açores também vivem muito da riqueza humana. Sinto que é tão genuíno, que acho que eles nem se apercebem disso, dessa riqueza, que tanto como as lagoas, vulcões e picos, me fazem querer voltar (sempre) a este pedaço de paraíso no meio do Atlântico.

A cidade da Horta, para mim, uma das mais bonitas dos Açores. Mistura o toque da arquitectura colonial, com a beleza natural da sua baía, com destaque para a vista privilegiada para a montanha do Pico…na ilha do Pico (sim, a ilha do Pico fica mesmo em frente. 20 minutos de barco). Do aeroporto para a cidade são cerca de 10 minutos de carro. Ao chegar à Horta, sinto sempre até romantismo associado a uma cidade de navegadores. Ao passar pela marginal, junto à marina, com barcos a chegar e outros a partir. Com navegadores a colocar os pés na terra depois largos dias (semanas) no mar e outros a preparar a partida, e outros a irem até ao Peter Sport Café um clássico gin. Vários filmes passam pela minha cabeça. Imagino as tormentas que muitos passaram para chegar aqui, imagino as aventuras que os que estão a partir irão viver e também passa um flashback do passado, com navios errantes de piratas, que procuravam abrigo das intempéries do Atlântico (e davam um pontapé na porta de madeira dos bares da cidade, ao estilo cowboy, e atascavam-se de rum ;)). Ao imaginar estas histórias, com a quase certeza que estou a acertar em algumas, fico numa espécie de bolha, em silêncio. Mais uma vez sorrio, pela alegria de, mais uma vez, estar neste lugar tão especial. Bem no centro da cidade, e com vista privilegiada para o Pico, está o Azoris Faial Garden, a minha “casa” para 3 dias de Faial. Arrumo a mala ainda com a cabeça nos navegadores.

Era quase hora de almoço quando cheguei ao Hotel, recém remodelado, seguindo a nova imagem do grupo Azoris (existem mais dois hotéis, um em São Miguel e outro na Terceira). Rapidamente deixo as malas no quarto e percorro uma pequena rua até “desaguar”, novamente, na marina da Horta. É uma constante por aqui, todos os caminhos vão dar ao mar. Escolho o Canto da Doca para almoçar, não sem antes lançar um olhar (de saudades) para o Porto Pim. Que lugar lindíssimo. Uma pequena baía, que de tão perfeitinha que é, parece que foi desenhada (por alguém que desenha muito bem). Volto ao Canto da Doca. Que fica precisamente num canto do porto de pesca. Tem um conceito giro, onde o prato é substituído por uma pedra quente, e onde apenas escolhemos o “material” a cozinhar. Fui por mix de carne e peixe. É tudo muito bom, mas o atum toca-me no coração. Mais um ponto, para a lista de coisas muito boas que Açores têm. Paisagens, pessoas e comida. Sim, a comida é muito boa. 

Inicialmente pensei em dar um salto à Caldeira e fazer novamente o percurso do Trilho dos 10 Vulcões, que liga a Caldeira ao Vulcão dos Capelinhos. Mas como não ia com um plano formatado, deixei-me ir ao sabor da maré. O próprio Faial iria-me conduzir nesta viagem. Ao jantar, no Azoris Faial Garden, após uma tarde quase dedicada a ver barcos a chegar e partir, juntei-me novamente à Isabel. Mais uma vez coisas preciosas da ilha na ementa. Desde queijo a atum, que entre conversas (essencialmente sobre viagens) e suspiros (a comida estava muito boa), foram deslizando pela nossa mesa. Esperem! Não posso deixar passar a vista do restaurante (e do hotel). Jantar com vista para a Montanha do Pico (ainda que meio escondida pelo nevoeiro dia), é como jantar numa galeria de arte em frente a uma obra prima. A cada olhar, tinha de relembrar a longa subida que fiz no ano passado até ao topo da Montanha (que dizem que é mágica, e eu acredito). Voltando à comida, tudo óptimo (até tive a oportunidade de dar os parabéns ao Chef, muito bom), mas o melhor estava guardado para a sobremesa. A nós juntou-se a Gisela, bióloga, que juntamente com o seu marido, Zé Nuno, também biólogo, criaram a Naturalist. Uma empresa de animação turística, que pretende ir mais além na experiência. Numa espécie de “não basta ver” (é preciso interpretar), que resulta numa, muito bem conseguida, união entre a ciência e experiência turística. Voltando à “sobremesa” da Gisela. Uma sugestão inesperada. Ir ver (ouvir) cagarros (uma ave marinha, parecida com a gaivota) à noite. Ao inicio pareceu-me estranho. Mas agi como sempre, com um sincero “vamos embora!”. O cagarro é muito associado aos Açores, ali existe uma grande comunidade (acho que a maior do Mundo). Esta ave de nome esquisito, emite um, peculiar, efeito sonoro (daí o ver e ouvir). Que para além de servir para comunicar entre eles, e para distinguir o macho da fêmea (a fêmea tem a “voz” mais grossa) funciona, também, como uma espécie de estação meteorológica com assas. Anunciando a primavera e silenciando o Inverno. Voltando à experiência com os cagarros, longe de mim esperar o que iria encontrar. Pensava que iria ouvir um cagarro de vez em quando, num lugar escuro, etc. Mas assim que chego ao local (que não vou dizer qual), onde existe um grande colónia desta ave, que apenas vem a terra para reproduzir, entro numa espécie de universo paralelo que me prendeu desde o primeiro instante. Coloco a cabeça fora do carro e um barulho quase ensurdecedor, impossível de colocar em palavras, misturado com voos rasantes, onde, talvez, milhares de cagarros têm a sua “casa de férias” (ou maternidade). Impressionante. Era impossível não estar de sorriso rasgado, perante tão inóspita experiência. Caminhamos um pouco em direção ao mar. Sentamo-nos um pouco e, em silêncio, deixámos o tempo passar. Os meus olhos foram-se ambientando ao escuro e “atrás” do escuro surgiu também um lugar digno de filme (os cagarros não são parvos). Sinceramente, nem sei quando tempo ali estive sentando, talvez uma hora (sempre ouvi dizer, que nas coisas boas, não se dá pelo tempo passar). Voltei ao hotel com a sensação que tinha vivido algo de extraordinário. Sentimento aliado, não só ao inesperado da situação, mas também à particularidade da mesma. Ainda hoje, consigo ouvir o barulho dos cagarros na minha cabeça. Muitos açoreanos me dizem que primeiro estranha-se o barulho, mas que depois até embala nas noites de Verão.

No dia seguinte acordo com mais um desafio da Naturalist. Ver baleias. Durante o jantar, falámos sobre as minhas duas tentativas anteriores falhadas (sinceramente, já pensava que as baleias tinham algo contra mim). A Gisela sabia que andavam baleias por ali (Abril e Maio, são as melhores alturas para avistamentos, embora o cachalote seja residente por ali) e, no fundo, já sabia que ia quebrar esta minha falha. Pois bem, passados cerca de 30 minutos de viagem no barco da Naturalist, lá pareceu a minha primeira baleia. Entre o Pico e São Jorge, as águas agitaram-se de uma maneira especial, e lá surgiu uma baleia comum (é o nome da espécie), com cerca de 15 metros, a navegar graciosamente pelos mares açoreanos. Que animal lindíssimo. É claro que o tamanho conta e impressiona. Mas existe ali mais qualquer coisa, que produz um encantamento especial (quase mágico), que condiz com as mais velhas lendas associadas a este gigante animal. Mal tirei fotos, apenas me limitei a observar. Na minha cabeça animais especiais escolhem lugares especiais, senti um orgulho enorme por este ser o meu País. Ainda sem estar refeito desta aparição, surge outra baleia comum. Acho que a primeira chamou uma amiga para nos ver. E assim foi, durante cerca de uma hora e meia. Duas baleias a “navegarem” nas mesmas águas que o nosso barco, com as ilhas de São Jorge, Pico e Faial, como pano de fundo. Belo quadro açoreano. Gente boa, mar, ilhas bonitas e baleias. 

Foi com o sentimento de dever cumprido que regressei do mar. Finalmente vi uma baleia. Na sua casa. Recebeu-me muito bem.

Tinha mais 24h de Faial para viver. Dediquei-as a vive-las como um faialense. Como se faz isso? Simples, deitar fora o mapa e seguir caminho sem parar. É fácil? Muito. Mas em lugares como os Açores pode ser difícil desligar desta espécie de personagem, em que um viajante se transforma em local.. Podemos querer viver lá para sempre. Mas lá desliguei e voltei à minha Abrantes, mas sempre com os Açores no coração. Será sempre um até breve por aqui.

Um obrigado gigante à Isabel e seus amigos, à Gisela e sua família, por toda experiência, por me receberem como um amigo, ou até como um familiar. Muitas vezes a genuinidade e graciosidade, roçam o perfeito no que toca à experiência turística. E, claro, ao Azoris por ser, mais uma vez, a minha casa nos Açores.

 

Estão a ver aquele sentimento típico de quem chega a casa, após algum tempo de ausência? É o que sinto cada vez que meus pés tocam em solo açoreano. Estive no mês de Maio na ilha do Faial. Fiquei no Azoris Faial Garden.

A minha paixão pelos Açores, para além de uma espécie de amor à primeira vista, sem grandes (ou nenhuma) dúvidas, é um acto continuo. Não me canso de voltar. Até mesmo quando ao olhar pela janela do avião, na aproximação, neste caso, à ilha do Faial, e percebo que o tempo vai estar cinzento e talvez chuvoso. Foi o caso desta visita. Assim que coloquei os pés na pista do Aeroporto da Horta, senti aroma e humidade dos Açores, não estranhei o tempo cinzento (já me sinto um bocadinho açoreano) e larguei um sorriso discreto e sincero, tão típico de quem volta a casa. Estava pronto para uma nova aventura.

À minha espera no Aeroporto estava a Isabel, diretora do Azoris Faial Garden. Quem está a ler isso deve estar a pensar “olha-me este gajo, que até a diretora do Hotel o vai buscar”. Mas quem conhece a Isabel (e quem não conhece, aconselho a conhecer) sabe que ela é, provavelmente, a diretora de hotel mais fixe que existe. Ao nível de tudo o que já disse sobre os Açores, a Isabel (assim como todo o pessoal do Azoris) é perita na arte, nada fácil, de fazer um hospede sentir-se em casa. Para além de todas as maravilhas naturais, capazes de deixar qualquer um de boca aberta, os Açores também vivem muito da riqueza humana. Sinto que é tão genuíno, que acho que eles nem se apercebem disso, dessa riqueza, que tanto como as lagoas, vulcões e picos, me fazem querer voltar (sempre) a este pedaço de paraíso no meio do Atlântico.

A cidade da Horta, para mim, uma das mais bonitas dos Açores. Mistura o toque da arquitectura colonial, com a beleza natural da sua baía, com destaque para a vista privilegiada para a montanha do Pico…na ilha do Pico (sim, a ilha do Pico fica mesmo em frente. 20 minutos de barco). Do aeroporto para a cidade são cerca de 10 minutos de carro. Ao chegar à Horta, sinto sempre até romantismo associado a uma cidade de navegadores. Ao passar pela marginal, junto à marina, com barcos a chegar e outros a partir. Com navegadores a colocar os pés na terra depois largos dias (semanas) no mar e outros a preparar a partida, e outros a irem até ao Peter Sport Café um clássico gin. Vários filmes passam pela minha cabeça. Imagino as tormentas que muitos passaram para chegar aqui, imagino as aventuras que os que estão a partir irão viver e também passa um flashback do passado, com navios errantes de piratas, que procuravam abrigo das intempéries do Atlântico (e davam um pontapé na porta de madeira dos bares da cidade, ao estilo cowboy, e atascavam-se de rum ;)). Ao imaginar estas histórias, com a quase certeza que estou a acertar em algumas, fico numa espécie de bolha, em silêncio. Mais uma vez sorrio, pela alegria de, mais uma vez, estar neste lugar tão especial. Bem no centro da cidade, e com vista privilegiada para o Pico, está o Azoris Faial Garden, a minha “casa” para 3 dias de Faial. Arrumo a mala ainda com a cabeça nos navegadores.

Era quase hora de almoço quando cheguei ao Hotel, recém remodelado, seguindo a nova imagem do grupo Azoris (existem mais dois hotéis, um em São Miguel e outro na Terceira). Rapidamente deixo as malas no quarto e percorro uma pequena rua até “desaguar”, novamente, na marina da Horta. É uma constante por aqui, todos os caminhos vão dar ao mar. Escolho o Canto da Doca para almoçar, não sem antes lançar um olhar (de saudades) para o Porto Pim. Que lugar lindíssimo. Uma pequena baía, que de tão perfeitinha que é, parece que foi desenhada (por alguém que desenha muito bem). Volto ao Canto da Doca. Que fica precisamente num canto do porto de pesca. Tem um conceito giro, onde o prato é substituído por uma pedra quente, e onde apenas escolhemos o “material” a cozinhar. Fui por mix de carne e peixe. É tudo muito bom, mas o atum toca-me no coração. Mais um ponto, para a lista de coisas muito boas que Açores têm. Paisagens, pessoas e comida. Sim, a comida é muito boa. 

Inicialmente pensei em dar um salto à Caldeira e fazer novamente o percurso do Trilho dos 10 Vulcões, que liga a Caldeira ao Vulcão dos Capelinhos. Mas como não ia com um plano formatado, deixei-me ir ao sabor da maré. O próprio Faial iria-me conduzir nesta viagem. Ao jantar, no Azoris Faial Garden, após uma tarde quase dedicada a ver barcos a chegar e partir, juntei-me novamente à Isabel. Mais uma vez coisas preciosas da ilha na ementa. Desde queijo a atum, que entre conversas (essencialmente sobre viagens) e suspiros (a comida estava muito boa), foram deslizando pela nossa mesa. Esperem! Não posso deixar passar a vista do restaurante (e do hotel). Jantar com vista para a Montanha do Pico (ainda que meio escondida pelo nevoeiro dia), é como jantar numa galeria de arte em frente a uma obra prima. A cada olhar, tinha de relembrar a longa subida que fiz no ano passado até ao topo da Montanha (que dizem que é mágica, e eu acredito). Voltando à comida, tudo óptimo (até tive a oportunidade de dar os parabéns ao Chef, muito bom), mas o melhor estava guardado para a sobremesa. A nós juntou-se a Gisela, bióloga, que juntamente com o seu marido, Zé Nuno, também biólogo, criaram a Naturalist. Uma empresa de animação turística, que pretende ir mais além na experiência. Numa espécie de “não basta ver” (é preciso interpretar), que resulta numa, muito bem conseguida, união entre a ciência e experiência turística. Voltando à “sobremesa” da Gisela. Uma sugestão inesperada. Ir ver (ouvir) cagarros (uma ave marinha, parecida com a gaivota) à noite. Ao inicio pareceu-me estranho. Mas agi como sempre, com um sincero “vamos embora!”. O cagarro é muito associado aos Açores, ali existe uma grande comunidade (acho que a maior do Mundo). Esta ave de nome esquisito, emite um, peculiar, efeito sonoro (daí o ver e ouvir). Que para além de servir para comunicar entre eles, e para distinguir o macho da fêmea (a fêmea tem a “voz” mais grossa) funciona, também, como uma espécie de estação meteorológica com assas. Anunciando a primavera e silenciando o Inverno. Voltando à experiência com os cagarros, longe de mim esperar o que iria encontrar. Pensava que iria ouvir um cagarro de vez em quando, num lugar escuro, etc. Mas assim que chego ao local (que não vou dizer qual), onde existe um grande colónia desta ave, que apenas vem a terra para reproduzir, entro numa espécie de universo paralelo que me prendeu desde o primeiro instante. Coloco a cabeça fora do carro e um barulho quase ensurdecedor, impossível de colocar em palavras, misturado com voos rasantes, onde, talvez, milhares de cagarros têm a sua “casa de férias” (ou maternidade). Impressionante. Era impossível não estar de sorriso rasgado, perante tão inóspita experiência. Caminhamos um pouco em direção ao mar. Sentamo-nos um pouco e, em silêncio, deixámos o tempo passar. Os meus olhos foram-se ambientando ao escuro e “atrás” do escuro surgiu também um lugar digno de filme (os cagarros não são parvos). Sinceramente, nem sei quando tempo ali estive sentando, talvez uma hora (sempre ouvi dizer, que nas coisas boas, não se dá pelo tempo passar). Voltei ao hotel com a sensação que tinha vivido algo de extraordinário. Sentimento aliado, não só ao inesperado da situação, mas também à particularidade da mesma. Ainda hoje, consigo ouvir o barulho dos cagarros na minha cabeça. Muitos açoreanos me dizem que primeiro estranha-se o barulho, mas que depois até embala nas noites de Verão.

No dia seguinte acordo com mais um desafio da Naturalist. Ver baleias. Durante o jantar, falámos sobre as minhas duas tentativas anteriores falhadas (sinceramente, já pensava que as baleias tinham algo contra mim). A Gisela sabia que andavam baleias por ali (Abril e Maio, são as melhores alturas para avistamentos, embora o cachalote seja residente por ali) e, no fundo, já sabia que ia quebrar esta minha falha. Pois bem, passados cerca de 30 minutos de viagem no barco da Naturalist, lá pareceu a minha primeira baleia. Entre o Pico e São Jorge, as águas agitaram-se de uma maneira especial, e lá surgiu uma baleia comum (é o nome da espécie), com cerca de 15 metros, a navegar graciosamente pelos mares açoreanos. Que animal lindíssimo. É claro que o tamanho conta e impressiona. Mas existe ali mais qualquer coisa, que produz um encantamento especial (quase mágico), que condiz com as mais velhas lendas associadas a este gigante animal. Mal tirei fotos, apenas me limitei a observar. Na minha cabeça animais especiais escolhem lugares especiais, senti um orgulho enorme por este ser o meu País. Ainda sem estar refeito desta aparição, surge outra baleia comum. Acho que a primeira chamou uma amiga para nos ver. E assim foi, durante cerca de uma hora e meia. Duas baleias a “navegarem” nas mesmas águas que o nosso barco, com as ilhas de São Jorge, Pico e Faial, como pano de fundo. Belo quadro açoreano. Gente boa, mar, ilhas bonitas e baleias. 

Foi com o sentimento de dever cumprido que regressei do mar. Finalmente vi uma baleia. Na sua casa. Recebeu-me muito bem.

Tinha mais 24h de Faial para viver. Dediquei-as a vive-las como um faialense. Como se faz isso? Simples, deitar fora o mapa e seguir caminho sem parar. É fácil? Muito. Mas em lugares como os Açores pode ser difícil desligar desta espécie de personagem, em que um viajante se transforma em local.. Podemos querer viver lá para sempre. Mas lá desliguei e voltei à minha Abrantes, mas sempre com os Açores no coração. Será sempre um até breve por aqui.

Um obrigado gigante à Isabel e seus amigos, à Gisela e sua família, por toda experiência, por me receberem como um amigo, ou até como um familiar. Muitas vezes a genuinidade e graciosidade, roçam o perfeito no que toca à experiência turística. E, claro, ao Azoris por ser, mais uma vez, a minha casa nos Açores.

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