PICO DA VIGIA

 

É curioso pensarmos no conceito de ilha. Se na grande maioria das vezes, as palavras nos transportam para um determinado tipo de sentimento, seja ele positivo ou negativo, de forma quase imediata e sempre bastante óbvia, aqui esse fenómeno não se manifesta. A ideia de uma ilha, consegue ter de forma bastante vincada, dois sentimentos contraditórios, por um lado, o do isolamento, a sensação de estarmos confinados de forma física e psicológica a um lugar, uma espécie de prisão se assim o quisermos e por outro, a ideia do idílico, o lugar para onde sonhamos fugir, um paraíso na terra onde podemos ser abraçados de forma constante pelo mar. O Pico da Vigia sofre é um lugar que sofre apenas deste segundo síndrome. 

Algures entre o Continente Europeu e o Americano, no meio do grandioso Oceano Atlântico e filho da ilha Terceira, o Pico da Vigia assume-se como um refúgio do qual apenas se torna difícil sair. A tranquilidade e a paz imperam, a simplicidade combina de forma perfeita com a atenção dada a todos os pormenores que verdadeiramente contam e a paisagem é divina. Uma paisagem que nos oferece o azul profundo do mar aos nossos pés, a envolvência do verde numa cadência infinita de diferentes tons e tudo isto a culminar num ambiente rural, de familiar conforto. 

O nascer do sol e o pôr do sol são aqui rituais obrigatórios, cuja falta de comparência se torna simplesmente criminosa, pelo tão elevado espetáculo que o lugar nos oferece. Com uma vista onde céu e o mar se confundem, como se de repente se fundissem num só elemento, resultando numa linha de infinitude, onde a ideia de início e fim não existe. Este lugar transforma-se assim, no retiro perfeito para quando queremos fugir do caos do dia-a-dia e das rotinas que assumimos como mandatórias, e onde podemos simplesmente existir, respirar fundo, viver de forma mais leve. 

O Pico da Vigia, nasce de um acidente montanhoso de origem vulcânica, o que estabelece esta elevação como um ponto privilegiado, uma espécie de camarote sobre uma paisagem que todos os dias nos brinda com diferentes formas, cores, texturas, cheiros e relevos. Um lugar onde o acordar se torna uma benção e não um sacrifício, onde o acto de adormecer nos remete a uma sensação de embalo maternal e onde o tempo parece fluir fora do compasso habitual, numa passada mais lenta e menos precisa. Chegar aqui é um momento singular, onde somos invadidos por uma panóplia de sensações diferentes, mas onde existe uma que se destaca pela força da sua inevitabilidade, a certeza imediata do regresso e uma despedida que será sempre breve, um mero intervalo, um hiato perfeito entre o chegar e o voltar.

 

É curioso pensarmos no conceito de ilha. Se na grande maioria das vezes, as palavras nos transportam para um determinado tipo de sentimento, seja ele positivo ou negativo, de forma quase imediata e sempre bastante óbvia, aqui esse fenómeno não se manifesta. A ideia de uma ilha, consegue ter de forma bastante vincada, dois sentimentos contraditórios, por um lado, o do isolamento, a sensação de estarmos confinados de forma física e psicológica a um lugar, uma espécie de prisão se assim o quisermos e por outro, a ideia do idílico, o lugar para onde sonhamos fugir, um paraíso na terra onde podemos ser abraçados de forma constante pelo mar. O Pico da Vigia sofre é um lugar que sofre apenas deste segundo síndrome. 

Algures entre o Continente Europeu e o Americano, no meio do grandioso Oceano Atlântico e filho da ilha Terceira, o Pico da Vigia assume-se como um refúgio do qual apenas se torna difícil sair. A tranquilidade e a paz imperam, a simplicidade combina de forma perfeita com a atenção dada a todos os pormenores que verdadeiramente contam e a paisagem é divina. Uma paisagem que nos oferece o azul profundo do mar aos nossos pés, a envolvência do verde numa cadência infinita de diferentes tons e tudo isto a culminar num ambiente rural, de familiar conforto. 

O nascer do sol e o pôr do sol são aqui rituais obrigatórios, cuja falta de comparência se torna simplesmente criminosa, pelo tão elevado espetáculo que o lugar nos oferece. Com uma vista onde céu e o mar se confundem, como se de repente se fundissem num só elemento, resultando numa linha de infinitude, onde a ideia de início e fim não existe. Este lugar transforma-se assim, no retiro perfeito para quando queremos fugir do caos do dia-a-dia e das rotinas que assumimos como mandatórias, e onde podemos simplesmente existir, respirar fundo, viver de forma mais leve. 

O Pico da Vigia, nasce de um acidente montanhoso de origem vulcânica, o que estabelece esta elevação como um ponto privilegiado, uma espécie de camarote sobre uma paisagem que todos os dias nos brinda com diferentes formas, cores, texturas, cheiros e relevos. Um lugar onde o acordar se torna uma benção e não um sacrifício, onde o acto de adormecer nos remete a uma sensação de embalo maternal e onde o tempo parece fluir fora do compasso habitual, numa passada mais lenta e menos precisa. Chegar aqui é um momento singular, onde somos invadidos por uma panóplia de sensações diferentes, mas onde existe uma que se destaca pela força da sua inevitabilidade, a certeza imediata do regresso e uma despedida que será sempre breve, um mero intervalo, um hiato perfeito entre o chegar e o voltar.

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